Sem tempo para sair e procurar pretendentes, um número crescente de jovens adultos norte-americanos tem vencido o preconceito e aderido aos sites de namoro. O principal atrativo é usar a tecnologia a serviço do amor, através de cálculos de compatibilidade e formas inovadoras de comunicação.
Segundo um estudo internacional da Universidade de Oxford, divulgado no Dia dos Namorados nos EUA, na última segunda-feira, 23% dos jovens entrevistados já começaram um relacionamento via internet. Os números atestam a popularidade crescente de sites voltados especificamente para este público. Entre eles o Zoosk, com 70% dos usuários entre 18 e 34 anos e o Kikini, exclusivo para o público universitário.
Até mesmo a gigante internacional dos sites de relacionamentos, Match.com, parceira do Terra no Brasil, quis aproveitar esta nova onda de mercado. A empresa acaba de comprar o irreverente Okcupid por US$ 50 milhões. O site, que vinha gerando um zumzum da internet, aposta numa linguagem informal e na gratuidade dos seus serviços para atrair usuários jovens.
A americana Kristin Lewnes, 26 anos, tinha se mudado há pouco para Washington D.C e estava se sentindo sozinha. Com seu laptop, resolveu montar um perfil no eHarmony, um dos sites de namoro mais populares dos Estados Unidos. Em pouco tempo, o software do site indicou Nathan Lewnes, 27 anos, como um pretendente extremamente compatível. Após trocarem mensagens e e-mails pelo celular, eles resolveram se encontrar. E hoje estão casados há quase um ano.
Para Kristin, a grande vantagem de usar um site de namoro foi encontrar alguém que combinasse com ela em diversos aspectos. "Encontrei alguém que partilha a mesma visão de mundo, os mesmos objetivos, crenças, interesses, experiências, gostos e desgostos", conta. Isso só foi possível porque a eHarmony.com utiliza um complexo sistema que combina questionários com medidores de tolerância para determinadas características do parceiro, como por exemplo, preferência religiosa ou uso do cigarro.
Os sites têm se tornado tão populares que Kristin e Nathan afirma ter testemunhado diversos casamentos nos últimos anos de amigos que se conheceram através desses serviços online. Para ela, é um jeito esperto de conhecer pessoas. "Na verdade, todos que eu conheço que estão fora da escola e no mundo profissional tentaram pelo menos um site de encontros, muitos conheceram alguém e se casaram", diz.
Segundo a antropóloga sexual australiana Bella Ellwood-Clayton, especialista em relacionamentos via internet, a tecnologia proporcionou uma nova forma para o amor ser descoberto. "Os jovens não encontram mais seus amados nas proximidades ou através de matchmaking. Cada vez mais se encontram online. É um jeito fácil de seguir o mercado do namoro e aumentar as possibilidades", afirma.
Segundo ela, as tecnologias voltadas para esses serviços online vão se tornar cada vez mais complexas e abrangentes psicologicamente. O que deve atrair ainda mais seguidores. "Namoro online é uma forma conveniente, emocionante e um jeito de abraçar o desconhecido", diz. Mas será que isso significa que vai acabar o amor à primeira vista? "Amor à primeira vista ainda existe, mas também no amor cibernético", garante.
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