Egito suspenderá estado de emergência em 6 meses, diz agência
O Egito vai suspender o estado de emergência dentro de seis meses, afirmou uma autoridade, segundo publicou a agência de notícias estatal do país neste sábado.
A suspensão do estado de emergência era uma das principais demandas dos manifestantes que derrubaram o presidente Hosni Mubarak.
Mubarak renunciou ao cargo após 30 anos no poder e cedeu a autoridade ao Conselho Supremo das Forças Armadas após 18 dias de protestos em várias cidades do país nos que morreram 365 pessoas.
O atual gabinete é basicamente o mesmo que Mubarak apontou pouco antes de renunciar à Presidência e uma renovação é esperada para os próximos dias, abrindo um novo capítulo na história moderna do Egito.
A revolução no país, um aliado dos Estados Unidos e que assinou um tratado de paz com Israel, estremeceu a região. Protestos ocorrem na Líbia, Iêmen, Bahrein, Irã e Iraque.
Desde a tarde de quinta-feira, o ambiente na praça e nos arredores era festivo e podiam ser vistos vários postos que vendiam bandeiras e cartazes que louvavam o que os egípcios não duvidam em chamar de revolução.
Mas a vida no país ainda está longe do normal uma semana após a revolta popular, focada na praça Tahrir, com tanques nas ruas, bancos fechados, trabalhadores em greve, escolas fechadas e protestos contra o governo.
O Ministério da Saúde egípcio informou que 365 pessoas morreram nos 18 dias de protestos.
Na última terça-feira, o Conselho Militar nomeou uma Comissão Constitucional que inclui um representante da Irmandade Muçulmana, principal grupo de oposição do país, que tem oito membros.
A comissão recebeu o prazo de dez dias para elaborar propostas que, em um segundo momento, serão submetidas a um referendo popular.
A Comissão Constitucional é liderada pelo juiz aposentado Tariq El Bishri, e entre os seus outros sete participantes há três especialistas constitucionais e um membro de alto escalão da Irmandade Muçulmana, que era banida durante o governo de Mubarak.
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