Milhares protestam contra o rei do Marrocos
Milhares de pessoas se concentraram neste domingo na capital do Marrocos, Rabat, para protestar contra o governo e pedir que o rei Mohammed ceda parte de seus poderes.
O protesto foi organizado por grupos opositores incluindo um autodenominado Movimento por Mudanças 20 de Fevereiro. A página do grupo no Facebook tinha o apoio de ao menos 22 mil pessoas.
Durante o protesto em Rabat, os manifestantes gritavam slogans como "O povo quer a queda do regime", e "O povo rejeita uma Constituição feita para escravos".
Segundo testemunhas do protesto, os manifestantes seguiram em passeata em direção ao Parlamento, sem sofrer a oposição da polícia.
"Este é um protesto pacífico para pressionar por reformas constitucionais, para restaurar a dignidade e para acabar com a corrupção e o saqueamento do dinheiro público", afirmou Mustapha Muchtati, do grupo Baraka (Chega), outros dos organizadores da manifestação.
DESLIZE
O ministro das Finanças do Marrocos, Salaheddine Mezouar, pediu à população que não participasse da passeata, advertindo que "qualquer deslize, em um espaço de poucas semanas, pode nos custar o que alcançamos nos últimos dez anos".
Protestos também foram realizados em outras cidades do país, como Casablanca e Marrakech.
O Marrocos é mais um dos países árabes e muçulmanos que vêm enfrentando protestos contra o governo nas últimas semanas, desde o levante popular que derrubou o governo da Tunísia, em janeiro.
Mas os analistas dizem que o Marrocos tem uma economia bem sucedida, um Parlamento eleito e uma monarquia reformista, tornando o país menos sujeito que outros a observar grandes protestos populares.
O rei Mohammed é membro da dinastia Alaouite, que governa o Marrocos há cerca de 350 anos. A família real diz ser descendente direta do profeta Maomé.
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