Estudo questiona número de tentativas de fertilização in vitro

Entre 1993 e 2002, metade de mais de 5.000 mulheres que iniciaram o tratamento passou por um ou dois ciclos. As chances de conceber como resultado do procedimento foi de 58% para as mulheres na faixa dos 20 anos, mas apenas de 22% entre as de 40 a 44.

Com base nos cálculos, os pesquisadores estimam que elevar o número de tentativas de fertilização in vitro aumentaria as taxas de sucesso.

"Os resultados deste estudo sugerem que a fertilização tem potencial de ser mais eficaz se as mulheres, especialmente aquelas com mais de 35 anos, são capazes de realizar mais do que os habituais dois ou três ciclos", explicou Louise Stewart, da Universidade da Austrália Ocidental em Crawley, no periódico "Fertility and Sterility". (Um dos autores faz parte do conselho de fertilidade da Merck Serono Austrália e Schering-Plough Austrália, companhias que produzem medicamentos para a fertilidade).

Mas o estudo também mostra que algumas mulheres engravidaram depois que interromperam o tratamento de fertilização in vitro. Incluindo os nascimentos, 79% das mulheres que começaram o procedimento na faixa dos 20 anos acabaram grávidas, em comparação a um terço daquelas no início dos 40.

Um especialista em fertilidade questionou as novas descobertas, especialmente a forma como os pesquisadores calcularam as taxas de sucesso com mais ciclos de fertilização in vitro.

Como algumas mulheres passam por diversos ciclos, tais estimativas rapidamente tornam-se instáveis, disse Mitchell P. Rosen, da Universidade da Califórnia, em San Francisco, do Centro de Saúde Reprodutiva.

"É preciso olhar para cada caso de forma independente. Será que estamos vendo os benefícios?", disse ele.

Nos EUA, um ciclo de fertilização in vitro pode custar até US$ 15.000 e cada falha pode abalar o casal emocionalmente. Rosen disse que conhece casais que tentaram até 11 vezes.

"Em algum momento os efeitos colaterais psicológicos e os custos se tornam proibitivos", disse. A boa notícia, segundo ele, é que "as pessoas que interrompem o tratamento ainda tem uma chance."