De acordo com o estudo, dentre as crianças e adolescentes negros o percentual dos que vivem em situação de pobreza é ainda maior, 56%. Nas regiões Sul e Sudeste, onde a pobreza é considerada menor do que nas demais regiões, os jovens negros têm 70% de chances de serem pobres do que os brancos.
A região com mais adolescentes pobres (67,4%) é o semi-árido nordestino, seguida pela região amazônica, onde 56,7% dos jovens vivem em situação de pobreza. Segundo o Unicef, o índice negativo no Nordeste, se deve, entre outros fatores, às condições climáticas desfavoráveis, à falta de acesso à água potável, saneamento, educação e serviços de saúde de qualidade.
Nessa região, 16% dos jovens entre 15 e 17 anos estão fora da escola, e o percentual da população de adolescentes que não foi alfabetizada é quase o dobro da média nacional. De acordo com o estudo do Unicef, dos 1,8 milhão de brasileiros entre 7 e 24 anos que não sabem ler, 54% moram na região Nordeste.
Atualmente, 13 milhões de crianças e adolescentes vivem no semi-árido brasileiro, onde a população de 12 a 17 anos soma cerca de 5 milhões de pessoas. Outros 9 milhões de crianças e adolescentes moram na Amazônia Legal brasileira, sendo que 2 milhões têm entre 12 e 17 anos.
A região sudeste concentra a maior população de adolescentes brasileiros, 38,5%, seguido pelo Nordeste (31%). No Sul vivem 13,9% dos jovens. O Norte tem 9,4%, e o Centro Oeste tem 7,3% dos adolescentes brasileiros.
O estudo do Unicef conclui que as políticas públicas voltadas para os adolescentes no Brasil são insuficientes. “Em consonância com o relatório mundial, a situação dos adolescentes no Brasil demonstra que atualmente as oportunidades para sua inserção social e produtiva ainda são insuficientes, tornando-os o grupo etário mais vulnerável em relação a determinados riscos, como o desemprego e subemprego, a violência, a degradação ambiental e redução dos níveis de qualidade de vida”, diz o relatório.
O Unicef recomenda que ações voltadas às crianças no Brasil, como as ligadas à educação, alfabetização e acesso à saúde, sejam ampliadas aos jovens. O organismo internacional também propõe que seja feita uma coleta de dados para identificar os grupos mais vulneráveis de adolescentes em todas as regiões e os principais problemas enfrentados por eles.
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