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Internacional
Sexta - 25 de Fevereiro de 2011 às 19:25

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A missão da Líbia junto à ONU em Genebra anunciou nesta sexta-feira sua deserção do regime do ditador Muammar Gaddafi nesta sexta-feira, durante reunião do Conselho dos Direitos Humanos da ONU, que se prepara para se pronunciar sobre a suspensão de Trípoli desta instância internacional.

"Nós, da missão líbia, decidimos categoricamente representar o povo líbio em sua totalidade", explicou um diplomata da missão que preferiu não ter o nome divulgado por temor a represálias a sua família, ainda no país.

"Vamos servir de representantes da população nesta instância augusta", afirmou ele aos membros do Conselho, reunido para uma sessão extraordinária dedicada à Líbia.

O anúncio teve um efeito teatral, após uma manhã de debates durante à qual a cadeira líbia permaneceu vazia. Foi acolhido com muitos aplausos.

A deserção soma-se a outras demissões confirmadas na manhã desta sexta-feira pelos embaixadores líbios na França e na Unesco, com sede em Paris.

No momento em que a pressão internacional faz mais e mais pressão sobre o regime líbio, os 47 membros do Conselho dos Direitos Humanos foram convocados para uma sessão nesta sexta-feira aberta pela UE.

Devem pronunciar-se no final do dia sobre resolução condenando as violências cometidas contra civis pelo regime líbio.

O projeto de texto, do qual a AFP obteve uma cópia, pede, principalmente, a suspensão da Líbia do Conselho, do qual é membro desde maio de 2010.

O texto exige também que uma comissão de investigação independente da ONU vá ao local, para registrar violências que poderiam ser consideradas "crimes contra a humanidade".

A Alta Comissária das Nações Unidas sobre os Direitos Humanos, Navi Pillay, deu o tom do dia, denunciando com vigor as "matanças em massa, detenções arbitrárias, prisões e torturas de manifestantes".

"Os ataques em massa e sistemáticos contra a população podem ser comparados a crimes contra a humanidade", declarou.

"A situação resulta do desprezo total pelos direitos e a liberdade do povo líbio, que durou cerca de quatro décadas, durante o poder do regime atual", insistiu.
 






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