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Quinta - 03 de Março de 2011 às 07:58
Por: Laís Costa Marques

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Facilidade no acesso ao crédito tem provocado o endividamento
Facilidade no acesso ao crédito tem provocado o endividamento
As novas regras que regulamentam os cartões de crédito já estão em vigor, depois da aprovação no Comitê Monetário Nacional (CMN) em novembro do ano passado. As mudanças estão relacionadas à cobrança de tarifas (que agora se limita a 5), tipos de cartões disponíveis e o pagamento mínimo da fatura que deve alcançar 20% no fim do ano. As medidas foram adotadas pelo governo a adotar em decorrência do alto número de reclamações de clientes com relação às empresas operadoras e às cobranças abusivas e em virtude do endividamento da população.

O presidente do Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo (Ibedec), José Geraldo Tardin, critica que as novas regras ainda são muito tímidas no combate ao superendividamento. Segundo ele, o governo tem que tomar duas medidas emergencialmente para que surja efeito para os consumidores. "A primeira coisa a se fazer é uma campanha de conscientização da população e de educação financeira. Depois estimular a concorrência no segmento para que os juros sejam limitados".

De acordo com Tardin, uma nova parcela da população passou a ter acesso ao crédito, porém não sabem lidar com ele e por isso é preciso educar para evitar o comprometimento financeiro. Além disso, o presidente relembra que as taxas cobradas no Brasil são as mais altas do mundo. "Por ano os juros ultrapassam 300%. O governo tem que lançar novas bandeiras nos bancos públicos para estimular a concorrência".

A superintendente do Procon Estadual, Gisela Simona Viana acredita que alguns efeitos positivos vão surgir a partir da adoção das novas regras. "Antes havia instituições que cobravam mais de 40 tipos de tarifas diferentes e não tinha como delimitar o que era abusivo ou não. A partir de agora fica mais fácil julgar", afirma ao comentar que para que as mudanças sejam percebidas é preciso fiscalização. Sobre a questão dos juros, Gisela explica que os órgãos de defesa defendem que sejam limitados a 1% ao mês e as multas a 2%, porém que o Judiciário entende que deve prevalecer o percentual previsto em contrato. "É preciso que haja um acordo nas 3 esferas do poder".

Para Paula Garcia há um assédio por parte dos bancos que oferecem crédito sem consultar o cliente e em decorrência da facilidade o consumidor utiliza sem lembrar que é preciso pagar depois. "Os cartões chegam em casa sem que sejam solicitados. Quando o dinheiro acaba no fim do mês a gente acaba se usando", revela ao contar que ela não paga o mínimo, mas também não consegue liquidar o saldo total da fatura, pagando um valor alto de juros todos os meses.

A assistente social Débora Campos diz que não nunca teve problemas com o cartão de crédito porque sempre se lembra das taxas de juros. "Quando vou utilizar o crédito, calculo de acordo com o que vou poder pagar no início de mês. Assim evito problemas e não me perco nos juros".

A partir desta determinação, as empresas serão obrigadas a disponibilizar dois tipos cartões, os básicos, com taxas reduzidas para pessoa física, e o diferenciado. Além disso devem ser oferecidos cartões para uso nacional e internacional. A outra mudança, conforme o CMN, é com relação ao pagamento mínimo da fatura, que a partir de junho sobe de 10% para 15% e em dezembro passa a ser de 20%.

As operadoras de cartões informaram que vão se pronunciar por meio da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). A assessoria de imprensa da Abecs afirmou, porém, que a composição do seu corpo diretivo encontra-se em período de transição, incluindo a presidência bem como sua diretoria e que por essa razão irá se pronunciar após a posse da nova diretoria. (Os nomes dos personagens foram alterados)





Fonte: A Gazeta

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