Arena Pantanal pode se tornar elefante branco após a Copa
O estádio Verdão poderá ser transformar num elefante branco depois dos jogos da Copa de 2014. A previsão é do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco), em relatório divulgado nesta quarta (2). Além do estádio de Cuiabá, o relatório mostra que as arenas esportivas de outras quatro cidades-sede da Copa podem cair na ociosidade depois do evento, considerando que o futebol nessas cidades não atrai grandes públicos. São elas: Brasília (DF), Manaus (AM), Natal (RN) e Recife (PE).
O relatório do Sinaenco mostra também que as obras do Verdão estão numa lista de cinco cidades-sede da Copa de 2014 com problemas nos Tribunais de Contas. Além de Cuiabá, estão Brasília (Mané Garrincha), Manaus (Arena da Amazônia), Fortaleza (Castelão) e Rio de Janeiro (Maracanã). O relatório do Sinaenco, que está publicado em seu Portal 2014 (www.portal2014.org.br), faz um detalhado levantamento da situação das obras dos 12 estádios que vão sediar jogos da Copa.
Apesar dos problemas apontados, a situação de Cuiabá não é das piores. A cidade figura no rol das cinco que já garantiram financiamento junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para tocar a obra. Cuiabá acessou R$ 393 milhões; Fortaleza, R$ 351,5 milhões; Salvador, R$ 323,6 milhões; Manaus, R$ 15 milhões dos R$ 400 milhões previstos; e Rio de Janeiro, 20% dos R$ 705 milhões orçados.
O relatório mostra também que, em que pesem as irregularidades apontadas, as obras do novo Verdão, que ganha o nome de Arena Pantanal, é uma das mais adiantadas entre as cidades-sede da Copa, ao lado de Porto Alegre, Curitiba e Brasília. A fase de demolições, por exemplo, já está concluída e entrou na fase das fundações.
O Mané Garrincha em Brasília já concluiu a demolição e de fundações. O problema agora é a definição de sua capacidade para dar prosseguimento às obras. A sua capacidade anterior era para 42 mil pessoas. O projeto atual prevê capacidade para um público de 70 mil. Na indefinição pesa tanto a futura ociosidade quanto a polêmica em torno da abertura dos jogos, que vem sendo disputada com São Paulo, e a limitação de verbas por parte do Governo do Distrito Federal. O governador Agnelo Queiroz (PT) assumiu em 1º de janeiro último com um rombo estimado em R$ 800 milhões nos cofres do Palácio Buriti.
O projeto atual do Mané Garrincha é o que tem o segundo maior orçamento (R$ 696 milhões), perdendo somente para o Maracanã (R$ 705 milhões). Há fortes suspeitas de superfaturamento e de falta de garantias financeiras.
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