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Política
Quinta - 03 de Março de 2011 às 15:25
Por: Andréa Haddad

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Após a denúncia contra 29 pessoas pela morte do soldado Abinoão Soares de Oliveira, o secretário estadual de Segurança Pública, Diógenes Curado, demonstra insatisfação com os inquéritos instaurados pelas policias Civil e Militar para apurar o caso. Ele reclama da falta de entendimento entre as corporações. “Sinceramente, não gostei do resultado. As policias Civil e Militar chegaram a conclusões distintas, não há como ficar satisfeito com esta desarmonia”, critica.

Diógenes chega a dizer que a PM tentou “boicotar” a investigação dos policiais civis. “Num dado momento, quando a Polícia Civil estava concluindo o inquérito, a Militar convocou uma coletiva para divulgar os dados, o que gerou indignação. As coisas não funcionaram da forma correta”, lamenta.

O soldado Abinoão morreu em abril do ano passado, durante o Curso de Tripulante Operacional Multi-Missão (4º TOM-M). Enquanto o inquérito da Polícia Civil concluiu que houve homicídio doloso (com intenção de matar), o da Militar aponta culposo (sem intenção). Com base nas duas investigações, o Ministério Público Estadual (MPE) denunciou, em 28 de fevereiro, 17 pessoas pelos crimes de tortura e tortura seguida de morte e outras 12 por tortura.

O MPE também solicitou a prisão de sete oficiais denunciados para evitar interferência nas investigações, dentre eles Carlos Evane Augusto e Dulcézio de Barros, ambos tenentes, responsáveis, respectivamente, pela instrução e monitoramento do exercício que levou Abinoão à morte. 

O promotor de Justiça Vinicius Gahyva encaminhou a denúncia para a Vara Especializada Contra o Crime Organizado. Segundo ele, Abinoão foi perseguido por ser de outro Estado, no caso Alagoas. Mulheres e alunos com bom preparo físico e técnica também foram perseguidos e alvo de torturas, aponta o promotor.

A pena para o crime de tortura varia entre dois e oito anos. Caso a justiça acate a denúncia de tortura seguida de morte, os envolvidos podem ser condenados de oito a 16 anos de prisão.
 





Fonte: RD News

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