Forças de Gaddafi capturam fuzileiros holandeses na Líbia
As autoridades líbias continuam com os holandeses sob seu poder cinco dias após o episódio, ocorrido no domingo nas proximidades de Sirte. Os fuzileiros estavam em um helicóptero Lynx do navio da Marinha HMS Tromp, que está ancorado na costa líbia para ajudar na retirada de pessoas do país, afirmou o porta-voz Otte Beeksma.
Dois europeus --um holandês e outro cuja nacionalidade não foi revelada-- também foram capturados. Eles foram entregues, sem ferimentos, à embaixada holandesa em Trípoli no início desta quinta-feira e já deixaram o país.
O premiê holandês, Mark Rutte, afirmou que seu governo autorizou a missão e que autoridades estão em "negociações intensivas" com o governo de Gaddafi para garantir a libertação dos fuzileiros.
O ministro da Defesa, Hans Hillen, comemorou a notícia de que os dois europeus estão a salvo e deixaram a Líbia. "Tudo está sendo feito para também ter a tripulação a salvo e fora do país assim que possível", afirmou, em um comunicado.
Questionado se o governo da Holanda considera os fuzileiros como reféns, o porta-voz Otte Beeksma disse: "Eles estão sendo mantidos por autoridades líbias".
Rutte afirmou que a captura dos homens foi mantida em sigilo para ajudar nas conversas pela libertação deles. O jornal holandês "De Telegraaf" só publicou a informação em sua edição desta quinta.
"Essas são situações que se beneficiam de total segredo porque assim você pode realizar discussões em paz para garantir que essas pessoas vão para casa em segurança", Rutte disse à emissora de TV nacional NOS.
As identidades dos fuzileiros não foram divulgadas.
Na quarta-feira, Gaddafi alertou os EUA e outras potências ocidentais para que não interfiram no caos registrado em seu país. Ele prometeu tornar a Líbia em "outro Vietnã", e disse que qualquer tropa estrangeira que for ao país "entrará no inferno e irá se afogar em sangue".
Em um discurso a partidários em Trípoli, Gadhafi prometeu lutar "até o último homem e mulher". "Defenderemos a Líbia do norte ao sul."
A repressão de Gaddafi tem sido a pior na onda de protestos antigoverno que atinge partes do Oriente Médio e do norte da África. Suas forças estão se reagrupando numa tentativa de retomar territórios agora controlados por oponentes do regime.
O promotor do Tribunal Penal Internacional (TPI), Luis Moreno Ocampo, afirmou nesta quinta-feira que investigará Gaddafi e seu círculo próximo por possíveis crimes contra a humanidade nos ataques contra manifestantes pacíficos.
Comentários