Servidores da saúde desconfiam da proposta de Henry e apóiam médicos
A já anunciada greve dos médicos na rede estadual de saúde, a partir da próxima quarta-feira, está recebendo o apoio tácito da maioria dos servidores que trabalham nos hospitais regionais de Mato Grosso, sobretudo por causa da desconfiança da proposta do secretário de Estado de Saúde, Pedro Henry, em trocar a gestão das unidades.
Henry quer Organizações Sociais (OS) na gerência dos hospitais, fazendo a terceirização da gestão. Uma fonte de Olhar Direto no Hospital Regional de Sorriso (410 km de Cuiabá) disse, hoje, que “os colaboradores estão temerosos porque não conhecem essas organizações e nem o modelo de gestão, então está gerando muita insatisfação. A maioria está insegura e estamos sim a favor dos profissionais médicos”, revela a fonte.
O hospital de Sorriso tem cerca de 50 médicos no seu quadro clínico. O receio da equipe, incluindo enfermeiros e auxiliares, é que a terceirização da gestão cause modificações na estrutura financeira, principalmente baixando salários e até atraso dos pagamentos. Atualmente, um médico ganha R$ 12 mil mensais – sem os descontos - para carga de 40 horas semanais.
Cerca de 40% da folha de pagamento é custeada pelo governo do Estado e, o restante, pelo Consórcio Regional de Saúde do Teles Pires, composto de 15 municípios. Se os médicos entrarem em greve, os hospitais terão que manter 30% dos atendimentos, na área de urgência e emergência.
Mas a fonte de Olhar Direto informou que em Sorriso, cerca de 80% dos atendimentos no hospital regional são de urgências e o impacto será menor que em outros hospitais do Estado. “Como estamos às margens da BR-163, a maioria dos atendimentos é de urgência, mas os atendimentos eletivos serão paralisados com a greve”, informa.
O hospital recebe, em média, 200 pacientes por dia, entre ambulatório, pronto-socorro e eletivos. A média diária de internações chega a 120.
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