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Política
Sábado - 05 de Março de 2011 às 11:14

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A presidente Dilma Rousseff desautorizou os ministros a fazer qualquer balanço para comemorar os primeiros 100 dias de governo.
Segundo a Folha apurou, ela chegou a vetar a iniciativa de ministros que já haviam encomendado balanços desse tipo às equipes.

Até mesmo o anúncio do Plano de Erradicação da Miséria, previsto inicialmente para abril, pode ser antecipado ou adiado para não coincidir com a data simbólica.

O anúncio do programa, principal bandeira social da campanha, é tratado como um dos mais relevantes eventos deste primeiro ano.

A orientação para que os 100 dias sejam esquecidos contrasta com a obsessão que, como ministra, Dilma costumava ter com balanços --como os do PAC-- e longas apresentações de dados no programa Power Point, que se tornaram folclóricas.

A razão, discutida com os ministros da coordenação de governo e com os estrategistas de comunicação, é que, historicamente, as pesquisas de popularidade dos três primeiros meses sempre mostram uma redução de aprovação em relação à expectativa colhida antes da posse.

O marqueteiro João Santana, estrategista da campanha presidencial petista, prepara uma grande pesquisa para o final de março, levantamento que irá balizar as ações e a agenda de Dilma nos próximos meses.

Outra preocupação é que medidas como o corte de R$ 50 bilhões no Orçamento e a definição de um salário mínimo de R$ 545 carimbem o balanço dos primeiros meses como de ortodoxia fiscal.

Já há, porém, mudanças de atitude. Além de ampliar a exposição pública da petista, o Planalto decidiu também abrir mais a agenda da presidente, normalmente oculta em grande parte de seus compromissos diários.

Em uma semana, Dilma apareceu nos programas de Ana Maria Braga (TV Globo) e Hebe Camargo (Rede TV).

A nova orientação foi discutida em um seminário em 26 de fevereiro entre ministros, secretários e funcionários ligados à agenda presidencial. Apenas os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) e Tereza Campello (Desenvolvimento Social) compareceram ao encontro.

Muitos reclamaram da baixa exposição da presidente ao público e do pouco acesso a seus compromissos diários --o fato de vários encontros não serem divulgados foi batizado de "agenda secreta".

Um interlocutor explicou que Dilma toca os assuntos do governo com "lupa de gerente", e que evita reuniões ampliadas por considerá-las improdutivas. Prefere receber ministros um a um.

A partir de agora, a presidente deve intensificar suas viagens e iniciar uma rodada de entrevistas a veículos nacionais de imprensa.

Ainda neste mês, terá uma série de compromissos ligados ao Dia da Mulher, com exposição de artes no Planalto e o lançamento do programa Rede Cegonha, de assistência materno-infantil.

Em abril, Dilma vai à China e ao Paraguai.

 
 






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