Novo aumento faz álcool custar mais de R$ 2
A diversão ficou mais cara neste Carnaval. Os paulistanos que vão viajar de carro pagarão mais tanto pelo álcool como pela gasolina.
Às vésperas do fim de semana prolongado, período de maior consumo, os postos de São Paulo elevaram os preços nas bombas para um valor até então não registrado na capital paulista.
Os postos romperam a barreira de R$ 2 por litro de álcool. Em alguns casos, o litro custa R$ 2,20.
A alta do combustível derivado da cana impulsionou também os preços da gasolina. Alguns postos elevaram os preços do derivado de petróleo para até R$ 2,80 por litro na cidade de São Paulo.
Os dados são da Folha, que pesquisa preços em 50 postos de todas as regiões da cidade. A Folha apurou que o preço médio do litro de álcool está em R$ 1,96 em São Paulo. Já o da gasolina fica em R$ 2,54 na cidade.
Os postos de serviço afirmam que estão apenas repassando os aumentos das distribuidoras, que estão pagando mais pelo produto adquirido nas usinas.
O litro de álcool superou R$ 1,40 nas usinas, tomando-se como base os preços de negociações em Paulínia, interior de São Paulo. Esse valor supera em 42% o de igual período de 2010.
Os dados são do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). O órgão, ligado à Esalq/USP, divulga também preços médios semanais do combustível praticados na porta das usinas.
A média desta semana do álcool hidratado (combustível que vai direto ao tanque) foi a R$ 1,3405 por litro. Já o anidro (misturado à gasolina) foi a R$ 1.4288. Esses valores superam em 7,74% e em 6,70%, respectivamente, os de há uma semana.
PERÍODO DE ALTA
Este é um período tradicional de alta para o álcool, devido à entressafra. Só que os preços começaram a subir mais cedo e estão com pressão maior, devido à menor oferta do produto.
Processamento menor de cana devido ao clima e opção das usinas por produzir mais açúcar, puxaram os preços do álcool. Com isso, o produto já deixou de ser competitivo em relação à gasolina na maior parte do país.
Em poucas semanas, a região centro-sul, a maior produtora de açúcar e de álcool do país, inicia a safra 2011/12 de cana-de-açúcar.
Tradicionalmente, o início da safra serve para a redução dos preços. Neste ano, no entanto, os consumidores de álcool não terão muito alívio.
As usinas devem optar por uma moagem maior de cana para a produção de açúcar, com redução da matéria-prima destinada para o álcool.
Os dados da Datagro, empresa especializada no setor, indicam essa tendência. Na safra 2011/12, a produção de álcool recuará para 25,3 bilhões de litros na região centro-sul, com queda de 4,6%.
Nesse mesmo período, a produção de açúcar -produto que hoje remunera melhor as usinas- cresce para 35,1 milhões de toneladas, 4,7% mais do que a de 2010/11.
O cenário aponta para um consumo menor de álcool devido aos preços mais elevados. Com isso, deve aumentar o consumo de gasolina.
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