Presidente da Câmara pedirá informações sobre caso Jaqueline Roriz
Após a divulgação de um vídeo em que a deputada federal Jaqueline Roriz (PMN), filha do ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz, aparece recebendo dinheiro do delator do mensalão do DEM, Durval Barbosa, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), afirmou que vai pedir informações ao Ministério Público sobre o caso, após o Carnaval.
"As imagens são fortes, mas só com as informações do MP poderá haver alguma decisão sobre os procedimentos que a Câmara vai adotar em relação ao caso", disse Maia.
O vídeo faz parte das imagens que relataram o esquema de coleta e distribuição de propinas que derrubou deputados distritais, o ex-governador José Roberto Arruda e secretários de governo em Brasília.
No vídeo, Jaqueline aparece com o marido com adesivos de campanha de 2006, quando saiu candidata e foi eleita deputada distrital. O marido abre a mochila e Durval Barbosa coloca maços com notas de R$ 50. Após a entrega do dinheiro, Jaqueline pede mais verba. "Você vê possibilidade de aumentar isso?", diz.
Durval então diz que ela deveria procurar empresas. "Tem cinco pessoas que disseram que iam me ajudar, mas até agora nada. O da CEB (Companhia Energética de Brasília) ficou de me ligar, mas nada", reclamou Jaqueline.
Procurada pela Folha, a assessoria da deputada afirmou que ela está em viagem e não comentará o caso.
O envolvimento de Jaqueline nos vídeos do mensalão do DEM abre um novo ciclo de investigações que surgiu após o racha entre o grupo de Arruda e Roriz. Durval e outros citados no caso eram aliados de Roriz que o deixaram para apoiar Arruda. O vídeo está sendo analisado pela Procuradoria Geral da República.
Na época do vídeo, Durval era chefe da Companhia do Desenvolvimento do Planalto Central --segundo a CPI da Corrupção, esse era o principal canal de desvio de dinheiro durante a campanha que elegeu Arruda.
Quando o mensalão do DEM estourou, em novembro de 2009, Jaqueline se disse de oposição a Arruda e criticou os deputados que apareceram em vídeos recebendo dinheiro de empresas que tinham contratos com o governo do Distrito Federal.
Comentários