Os combatentes em Zawiyah, apenas 50 quilômetros a oeste de Trípoli, repeliram dois ataques de unidades pró-Gaddafi que usaram tanques e artilharia.
Dúzias de rebeldes armados com rifles dominavam os telhados, observando as ruas próximas de trás de pilhas de sacos de areia. Estradas e ruas laterais receberam barricadas e postos de controle dos rebeldes.
"Após o ataque da manhã, voltaram a atacar. Entraram pelo oeste e começaram a disparar foguetes nos prédios da praça", disse o porta-voz dos rebeldes, Youssef Shagan, por telefone.
"Estamos numa boa posição. Achamos que eles atacarão à noite", disse.
Um médico de Zawiyah disse que pelo menos 30 pessoas, sobretudo civis, foram mortas durante os combates do dia, elevando para ao menos 60 as mortes em dois dias de batalha.
Abu Akeel, morador do local, relatou à Reuters que forças governamentais lançaram foguetes contra casas e atiraram contra uma mesquita que abrigava pessoas. Outro residente disse ter visto mais de 20 tanques avançarem pela praça principal durante o segundo ataque.
"Capturamos dois tanques e uma picape depois de uma hora e meia de luta", contou o porta-voz Shagan à Reuters após a primeira batalha.
Os combates contra o governo de 41 anos de Gaddafi prosseguem há uma semana em Zawiyah, e os rebeldes assumiram grandes áreas no leste da Líbia.
Uma repórter da televisão britânica Sky News relata ter visto pelo menos oito soldados mortos e cinco veículos blindados em chamas na praça central.
O médico disse que os tanques de Gaddafi dispararam contra edifícios residenciais e carros que tentavam escapar.
Um rebelde prometeu lutar até a morte.
"Gaddafi jamais vai entrar nesta cidade. A única maneira de ele entrar é quando estivermos todos mortos. Terá que nos matar para controlar a cidade", afirmou Ibrahim por telefone.
Os revoltosos no leste do país disseram estar abrindo caminho para o oeste após afugentar forças leais a Gaddafi da cidade petrolífera de Ras Lanuf na sexta-feira.
Médicos declararam que pelo menos 26 pessoas morreram nos combates de sexta-feira ao redor de Ras Lanuf e que os rebeldes disseram ter sido uma ataque das forças de Gaddafi a uma loja de armas na fronteira de Benghazi.
Os combatentes tomaram a cidade de Bin Jawad, cerca de 525 quilômetros a leste de Trípoli, e se movem em direção a Sirte, cidade-natal de Gaddafi fortemente protegida a 160 quilômetros de distância.
Um correspondente da Reuters foi levado aos destroços de um avião de guerra com os cadáveres dos dois tripulantes, que os rebeldes dizem ter abatido no sábado perto de Ras Lanuf.
Empolgados com os sucessos no leste, alguns rebeldes disseram que o ataque a Sirte é iminente, mas outros viam com cautela as limitações de uma força rebelde formada por soldados que desertaram das fileiras de Gaddafi e voluntários com mais entusiasmo do que experiência.
Se muitas cidades do leste caíram com pouca resistência, Sirte pode ser uma conquista mais difícil. A cidade recebeu grandes doações de Gaddafi, e sedia uma grande base aérea e os militares fiéis ao presidente.
(Reportagem adicional de Michael Georgy, em Trípoli; de Alexander Dziadosz, em Ajdabiya; de Mohammed Abbas, em Bin Jawad; e de Tom Pfeiffer, em Benghazi)
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