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Ciência
Domingo - 06 de Março de 2011 às 17:02

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Um grupo internacional de cientistas identificou 13 novas variantes genéticas associadas ao risco de sofrer cardiopatia isquêmica (infarto do miocárdio), o que permite aprofundar o conhecimento sobre a doença, a principal causa de morte nos países industrializados.

Se estima que os fatores genéticos expliquem 40% do risco de apresentar a doença na população, explicou à Agência Efe Roberto Elosua, coordenador do grupo de Pesquisa em Epidemiologia e Genética Cardiovascular do Instituto de Pesquisa Hospital del Mar (IMIM), que colabora no trabalho.

Em estudos anteriores, nos quais também participou esse centro de pesquisa espanhol, já se encontraram 12 variantes vinculadas à doença.

"Agora se identificaram 13 novas características genéticas associadas a uma maior probabilidade de apresentar um infarto do miocárdio, de modo que na atualidade conhecemos 25 variantes associadas a esta doença", destacou.

Embora com este estudo tenham conseguido duplicar, estas 25 características genéticas só explicam 10% dos fatores genéticos relacionados com a cardiopatia isquêmica.

Por enquanto, os pesquisadores não conhecem o 90% restante, apesar de já terem dado passos para seu estudo.

Tais 90% podem estar relacionados com variantes genéticas raras ou pouco frequentes na população que, embora afetem menos de 5%, implicam um grande risco de sofrer infarto, ou outras características genéticas que modificam a estrutura do DNA que estão começando a serem estudados, indicou Elosua.

As 25 variantes identificadas até agora são variantes comuns, presentes em mais de 10 % da população.

Em cada uma destas há uma característica genética que indica o excesso de risco cardiovascular.

Cada pessoa pode apresentar esta característica genética 0 vezes (não herdada de seus pais), 1 vez (herdada de seu pai ou mãe) ou 2 vezes (herdada de seu pai e mãe).

Para cada vez que se apresente uma destas características genéticas de risco, a probabilidade de apresentar cardiopatia isquêmica aumenta entre 6% e 17%.

Este estudo também constou que das 13 características genéticas novas, só três estão relacionadas com fatores de risco cardiovascular clássicos: dois com colesterol e um com hipertensão.

Elosua explicou que as outras 10 poderiam estar associadas a fatores de risco desconhecidos até agora.

Destacou, além disso, que quando aprofundarem o conhecimento genético sobre esta doença, isto permitirá identificar e entender melhor suas causas, o que, em um futuro, possibilitará desenvolver novos fármacos, assim como quantificar melhor o risco de uma pessoa ter a doença.

Apesar da patologia ter um componente genético, 60% depende de fatores ambientais.

"As recomendações sobre um estilo de vida saudável seguem tendo a mesma relevância, e inclusive mais, porque é o único que podemos ser modificado, não assim os genes", ressaltou.

A pesquisa, cujos resultados foram publicados na revista "Nature Genetics", está emoldurada em Cardiogram, projeto no qual participam mais de 100 instituições internacionais.





Fonte: EFE

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