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Internacional
Domingo - 06 de Março de 2011 às 18:29

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Após uma forte investida das forças leaias à Kadafi no leste da Líbia, os rebeldes se organizam e tentam, aos poucos, retomar territórios perdidos neste domingo. Um dos principais alvos das forças de resistência ao coronel é a cidade de Bin Jawad, localizada no litoral central do país, que foi palco de um emboscada que conseguiu expulsar os rebeldes no início do dia de hoje.

"Estamos bem do lado de fora de Bin Jawad. Há barulho de morteiros caindo perto das posições rebeldes, deixando nuvens de fumaça e também há o som de artilharia pesada à distância", disse por telefone, o correspondente da Reuters, Mohammed Abbas. "Há um fluxo constante de rebeldes voltando em direção a Bin Jawad", disse.

Bin Jawad havia sido capturada pelos rebeldes no último sábado, dia em que as forças governistas se viram encurraladas e perderam terreno. Hoje, durante o contra-ataque de Kadafi, os rebeldes tiveram de ceder e, vítimas de uma emboscada, foram empurrados de volta a Ran Lanuf, mais ao leste da Líbia.

Segundo a Reuters, um rebelde, voltando ferido de Bin Jawad para Ras Lanuf, disse que simpatizantes de Kadafi haviam emboscado rebeldes que estavam avançando com metralhadoras e obuses. Quando perguntaram o que ele havia visto, ele respondeu: "Morte". Atormentado e enfaixado, ele disse que não diria mais nada.

Outro alvo cobiçada pelos rebeldes é Sirte, cidade natal de Kadafi, localizada a 160 km de Bin Jawad. De acordo com a EFE, citando também a emissora Al Jazeera, rebeldes expulsos de Bin Jawad decidiram retomar o avanço em direção a Sirte, que, mais uma vez, teria sido alvo de bombardeios da força aéra leal a Kadafi.

De acordo com as últimas informações, no entanto, rebeldes vêm tentando manter negociações pacíficas para entrar em Sirte. Um ativista rebelde Abdel Mawla al Ubeidi disse à emissora Al Jazeera que os revolucionários mantêm negociações para entrar na cidade sem combates. Rebeldes em Misrata - que neste domingo resistir a ataques de Kadafi - asseguraram que também pretendiam ir em direção a Sirte.

Líbios enfrentam repressão e desafiam Kadafi
Impulsionada pela derrocada dos presidentes da Tunísia e do Egito, a população da Líbia iniciou protestos contra o líder Muammar Kadafi, que comanda o país desde 1969. As manifestações começaram a tomar vulto no dia 17 de fevereiro, e, em poucos dias, ao menos a capital Trípoli e as cidades de Benghazi e Tobruk já haviam se tornado palco de confrontos entre manifestantes e o exército.

Os relatos vindos do país não são precisos, mas a onda de protestos nas ruas líbias já é bem mais violenta que as que derrubaram o tunisiano Ben Ali e o egípcio Mubarak. A população tem enfrentado uma dura repressão das forças armadas comandas por Kadafi. Há informações de que aeronáutica líbia teria bombardeado grupos de manifestantes em Trípoli. Estima-se que centenas de pessoas, entre manifestantes e policiais, tenham morrido. Muitas dezenas de milhares já deixaram o país.

Além da repressão, o governo líbio reagiu através dos pronunciamentos de Saif al-Islam , filho de Kadafi, que foi à TV acusar os protestos de um complô para dividir a Líbia, e do próprio Kadafi, que, também pela televisão, esbravejou durante mais de uma hora, xingando os contestadores de suas quatro décadas de governo centralizado e ameaçando-os de morte. Desde então, as aparições televisivas do líder líbio têm sido frequentes, variando de mensagens em que fala do amor da população até discursos em que promete vazar os olhos da oposição.

Não apenas o clamor das ruas, mas também a pressão política cresce contra o coronel. Internamente, um ministro líbio renunciou e pediu que as Forças Armadas se unissem à população. Vários embaixadores líbios também pediram renúncia ou, ao menos, teceram duras críticas à repressão. Além disso, o Conselho de Segurança das Nações Unidas fez reuniões emergenciais, nas quais responsabilizou Kadafi pelas mortes e indicou que a chacina na Líbia pode configurar um crime contra a humanidade. Mais recentemente, o Tribunal Penal Internacional iniciou investigações sobre as ações de Kadafi, contra quem também a Interpol emitiu um alerta internacional.





Fonte: Terra

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