Karzai pede à Otan que pare de matar civis no Afeganistão
"Em nome do povo afegão, quero que deixem de matar civis", disse o presidente Karzai ao general americano David Petraeus, durante um conselho de ministros, no qual o comandante da força da Otan no Afeganistão esteve presente.
"As desculpas do general Petraeus não são suficientes", advertiu, ressaltando que "as vítimas civis são a principal causa do deterioramento das relações entre Afeganistão e Estados Unidos".
"A população está farta destes incidentes, e nem as desculpas nem as condenações aliviam a dor" das famílias das vítimas, acrescentou.
A Otan reconheceu o erro na morte de nove crianças que foram confundidas com terroristas quando buscavam lenha. A morte das crianças adquiriu tal magnitude que o presidente americano, Barack Obama, fez chegar a Karzai seu "profundo pesar".
Segundo a Otan, que iniciou uma investigação, as vítimas foram mortas por erro por um helicóptero de combate convocado como reforço depois que rebeldes atacaram uma base militar americana.
Em Cabul, os manifestantes se reuniram no centro da cidade neste domingo gritando "morte aos Estados Unidos, morte ao invasor", ou "morte ao governo do presidente Karzai", que chegou ao poder no fim de 2001 com o apoio dos Estados Unidos e de seus aliados.
"Ocupação = assassinatos + destruição", podia ser lido em um cartaz carregado por uma mulher com véu, entre outros diversos slogans contra os Estados Unidos.
Por outro lado, no instável sudeste do país, fronteiriço com o Paquistão, 12 civis morreram após a explosão de uma bomba na passagem de seus veículos, segundo as autoridades locais, que responsabilizaram os militantes do Taleban.
Os civis são as maiores vítimas do conflito afegão. Pelo menos 2.400 morreram em 2010, segundo a Ong afegã Afghan Rights Monitor, que considera que dois terços delas foram vítimas de bombas e ataques dos insurgentes e 21% das operações das forças internacionais.
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