Preço do álcool sobe na maioria dos Estados
"Hoje, o consumidor vai abastecer com gasolina por causa do preço e do rendimento", explica Gouveia. De acordo com dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o preço médio do etanol subiu em 25 estados nas últimas semanas, terminadas nesta sexta-feira (18). Somente no Amapá e no Distrito Federal houve estabilidade.
Apesar das altas, Gouveia acredita que os preços devem voltar a cair com o início da safra. "Vai haver uma baixa no preço a partir de abril", afirma. O ápice do recuo deve ocorrer em junho e julho, quando a oferta de combustível será maior.
Preços em outro patamar
Para o presidente do Sincopetro, dificilmente os motoristas encontrarão os preços do etanol a patamares de anos atrás. O litro do combustível a R$ 1,2 ou mesmo a R$ 1,4 já não mais faz parte da realidade. "Vai ser cada vez mais difícil encontrar esses preços", afirma.
Gouveia explica que para o produtor de cana-de-açúcar está cada vez mais caro produzir etanol. Os preços para eles do etanol anidro, sem considerar o frete e os impostos, encerrou em R$ 1,435 no último dia 11. Até chegar ao consumidor final, esse valor chega ou mesmo ultrapassa os R$ 2.
Os dados da ANP mostram que o preço médio do etanol no País já está em R$ 2,006, considerando os dados desta semana. Em 23 estados brasileiros, a média dos preços superou os R$ 2. Apenas na Paraíba (R$ 1,961), Sergipe (R$ 1,987), São Paulo (R$ 1,990) e em Pernambuco, onde foi encontrado o menor valor do combustível, de R$ 1,944, é que os valores estão abaixo de R$ 2.
De acordo com o balanço, o maior valor encontrado do combustível foi no Acre, onde o valor do combustível ficou em R$ 2,407.
Desabastecimento
"Não existe mais estoque", afirma Gouveia. "Por isso, pode haver uma dificuldade de abastecimento, mas não uma falta de combustível", diz. Os produtores do combustível também enfatizaram que não existe risco de desabastecimento de etanol.
Representantes do setor se reuniram na última quinta-feira (17) com os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e de Minas e Energia, Edson Lobão, e garantiram que os postos serão abastecidos com o combustível mesmo nesse período de entressafra.
"Sempre na entressafra há uma dúvida que surge na cabeça das pessoas, de que pode haver alguma crise no abastecimento. Mas estamos conversando com os produtores e eles nos transmitiram a firmeza de que o mercado será plenamente abastecido", disse Lobão, de acordo com a Agência Brasil.
"Estamos fazendo de tudo para que as empresas comecem a moer o mais rápido possível, mas isso depende de outras condições, como o clima", disse, ainda segundo a Agência, o presidente da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), Marcos Jank. Segundo ele, o risco de desabastecimento existe todos os anos, mas é pequeno.
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