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Internacional
Sábado - 19 de Março de 2011 às 21:52

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O governo líbio criticou, neste sábado, a agressão das forças estrangeiras no país e afirmou que os ataques estão atingindo também os civis.

Um porta-voz afirmou, em pronunciamento à imprensa, que os ataques vistos contradizem a alegação da comunidade internacional de que o ataque visa a proteger os civis líbios.

Ele criticou a medida, que ocorreu "enquanto anunciamos o cessar-fogo" e ao mesmo tempo que a Líbia "anuncia grandes desenvolvimentos, além de reformas na economia".

A televisão estatal da Líbia anunciou hoje que aviões da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) atacaram as cidades de Trípoli, Misrata, Zouara e Benghazi.

Um porta-voz das Forças Armadas da Líbia confirmou a informação à agência de notícias oficial Jana e afirmou que o ataque teve como alvo zonas residenciais em Trípoli.

Segundo ele, mísseis caíram no hospital Bir El Asta Mylad.

Ele ainda disse que não há informação sobre possíveis danos, mas que ambulâncias foram enviadas para as zonas atacadas.

A cidade de Misrata, que está sob controle dos rebeldes, é, há muitos dias, cenário de uma ofensiva dos militares leais a Gaddafi que utilizam tanques de guerra e artilharia pesada.

Segundo a rede de televisão Al Jazeera, os combates já causaram 26 mortes entre os rebeldes nas últimas horas. No meio da tarde, aviões de combate franceses Rafale atacaram as forças leais a Gaddafi no sudoeste de Benghazi, reduto dos rebeldes, destruindo ao menos quatro tanques de guerra.

ESCUDO HUMANO

Milhares de líbios se juntaram no complexo fortificado de Muammar Gaddafi em Trípoli para formar um escudo humano contra possíveis ataques aéreos de forças ocidentais.

Fogos de artifício irromperam no céu noturno e pessoas dispararam tiros para o alto em desafio depois que aviões aliados entraram em ação no leste da Líbia para deter o ataque das forças do líder líbio contra a cidade rebelde de Benghazi.

Líbios de todas as profissões foram ao complexo de Bab Al Aziziyah, gritando slogans e segurando retratos de Gaddafi. Eles entoavam até mesmo canções em louvor ao líder.

"Minha mãe e meu pai me disseram que eles (os aviões ocidentais) atacariam o complexo, então vim aqui para proteger nosso líder", disse Mahmoud, um menino de dez anos.

O grande complexo de Trípoli, que inclui acomodações militares, foi o alvo de um bombardeio dos EUA à Líbia em 1986. O então presidente Ronald Reagan disse ser uma retaliação pelo que chamou de cumplicidade líbia no atentado a bomba a um clube noturno em Berlim.

O governo levou repórteres estrangeiros em uma rara visita ao local normalmente fechado para mostrar o apoio da população a Gaddafi.

AUTORIZAÇÃO

O presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou hoje em Brasília que a "ação começou" na Líbia e que autorizou as Forças Aéreas americanas no ataque aos sistemas antimísseis do país.

O objetivo, de acordo com Obama, é proteger a população da ofensiva empregada pelo regime do ditador Muammar Gaddafi.

"Não podemos ignorar quando um ditador diz a seu povo que não terá piedade", disse Obama aos jornalistas estrangeiros, os únicos que receberam autorização para participar da conversa. "Respondemos ao chamado da população líbia e estamos protegendo os interesses dos EUA e do mundo com essa ação", completou.

Trata-se de medida para garantir o cumprimento da resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que estabeleceu recentemente a criação de uma zona de exclusão aérea na Líbia, a chamada "no-fly zone".

Obama ainda garantiu que "nenhum soldado pisará em solo líbio", refutando qualquer ação militar por terra com participação de militares americanos.

A operação do Exército dos EUA ocorre depois que aviões de combate franceses atacaram as forças leais ao regime do ditador.






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