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Economia
Domingo - 20 de Março de 2011 às 11:45

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Na animação "Up - Altas Aventuras", da Disney/Pixar (2009), Carl Fredricksen, um senhor de 78 anos, recusa-se a vender sua casa à empresa que planeja construir um empreendimento no terreno.

Esse imbróglio está longe de ser roteiro de cinema. Na vida real, diante da inviabilidade de amarrar balões ao imóvel e sair voando, como fez Fredricksen, a opção é resistir ou negociar com a construtora.

A resistência à venda se deve, em geral, a razões sentimentais, à falta de documentação da casa, que pode ter pendências jurídicas, ou à especulação -o morador pede um valor muito superior ao oferecido e não há acordo.

Para facilitar a negociação, "a construtora auxilia o proprietário com orientação jurídica e construção de inventário", frisa o sócio da Exto Engenharia Jorge Ayoub.

Se não há acerto nas situações mencionadas, o novo empreendimento é erguido ao redor do imóvel, que fica então "preso" no terreno.

SEGURANÇA

"O imóvel encravado, pela lei brasileira, é o que não possui saída para a via pública", cita Luciano de Souza Godoy, professor de direito civil da Direito GV (Getulio Vargas). "Mas há os que ficam no terreno do condomínio e têm alguma saída para a rua."

Ao resistir à oferta da construtora, o proprietário deve medir as consequências.

"Há os riscos de ser vizinho de uma obra, o desconforto e a desvalorização do imóvel [sua área construída não pode ser ampliada]", lembra o vice-presidente imobiliário do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), Odair Senra.

Mas existem também vantagens, diz a dona de casa Sônia de Almeida Barroso, 43, moradora de um imóvel encravado na Vila Maria (zona norte). "Temos segurança, os vigias e porteiros olham a rua toda. Moro há dois anos aqui e nunca presenciei assalto. Por outro lado, escuto barulho do prédio e a lixeira fica muito perto do meu portão."






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