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Polícia
Domingo - 20 de Março de 2011 às 20:13
Por: Ronaldo Couto

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Os trabalhos da GPT foram suspensos em Aragarças e a Rotam tentou intimidar o grupo Jaime Câmara da Globo em Goiania rec
Os trabalhos da GPT foram suspensos em Aragarças e a Rotam tentou intimidar o grupo Jaime Câmara da Globo em Goiania rec

Sete militares do Grupo de Patrulhamento Tático (GPT) da Polícia Militar do Estado de Goiás vão a Juri Popular entre os dias 22 e 25 deste mês sob acusação de homicídio e formação de quadrilha. Eles são acusados de participar de um grupo de extermínio que agia no município de Aragarças-GO, na divisa com Barra do Garças, e também comn incursões em Mato Grosso.

Os militares vão ao banco dos réus em Goiânia (GO) por duplo homicídio e uma tentativa de homicídio ocorrida em fevereiro de 2008, num bar da cidade goiana. Por isso, o grupo é investigado pelo Ministério Público Estadual de Goiás (MPE) e pela Polícia Federal (PF) por 16 assassinatos e sete tentativas de homicídio, nos anos de 2006 e 2008.

Serão julgados os tenentes Neidmar da Silva Camilo e Gustavo Rocha, além do sargento Celso Pereira de Oliveira e os soldados Odair Fernando Souza, João Oliveira Diniz Júnior, Antônio Divino da Silva Moreira e Vandir Silva. Eles estão presos desde 2008, aguardando julgamento. 

Eles são acusados pela morte de João Paulo Sales Bezerra e Rosivaldo José de Almeida e por tentar assassinar Wesley Silval Santana. As vítimas estavam num bar na saída de Aragarças para Bom Jardim. Wesley, que sobreviveu, auxiliou na identificação e prisão dos acusados. Outro assassinato cometido pelo mesmo grupo teria sido em Barra do Garças. Nesse caso do segurança Wilson Oliveira Luz.

A promotora Vânia Marçal informou que o julgamento será em Goiânia devido à repercussão que o caso teve em Aragarças e explicou há outras acusações de homicído contra os militares. O grupo atuava como espécie de "justiceiros", entretanto, o MPE entende muitos inocentes morreram por estar na hora e no lugar errado. O grupo fazia também proteção policial de traficantes em troca de benefícios.

A prisão dos integrantes do GPT em Aragarças em 2008 desencadeou a maior investigação da história de Goiás de envolvimento de militares do GPT e ROTAM em mortes violentas no Estado. Em fevereiro de 2011, a Polícia Federal prendeu mais 19 militares na operação denominada Sexto Mandamento, uma lembrança ao que diz a bíblia ‘não matarás’, que investiga a morte de 40 pessoas em Goiás.

A operação "Sexto Mandamento" ouviu em janeiro deste ano o delegado de Barra do Garças, Adilson Gonçalves, ameaçado por integrantes do grupo de extermínio. A polícia barragarcense desvendou um triplo homicídio ocorrido em Torixoréu, onde uma das vítimas era um ex-militar que iria denunciar o grupo e prendeu o militar Gezun acusado de participar do esquema. Um delegado federal esteve em Barra do Garças para ouvir Adilson sobre as ameaças.

Um dos meios de transporte utilizados para os crimes era motocicleta. De acordo com as investigações do MP, veículos do GPT, que estavam em patrulhamento nos mesmos dias dos crimes, dariam cobertura na fuga dos criminosos.

Enquanto as investigações foram levadas adiante houve tentativa de intimidação das autoridades. A casa da delegada Azuen Albarello foi alvejada por tiros e o seu carro foi riscado com a letra M (de morte). A promotora e o juiz de Aragarças também foram ameaçados com um incêndio criminoso que houve no Fórum em março de 2010. 

A relação de crimes atribuídos ao grupo extermínio, inclui outros 14 homicídios, sendo de Elder Vieira dos Santos, Roberto Pereira Sobrinho, Sebastião Mendes de Castro, Mauriti Ribeiro de Andrade, Elder Júnior Silva Martins, Sezamar Pereira da Silva, Warlinton Pereira dos Santos, Carlos Eduardo Farias Miranda, Iron Manoel da Silva, Arlindo Pereira dos Santos, Cicero Paulino Gomes, Josivan Inácio Oliveira, Daniel Martins de Sousa e Wilson Oliveira Luz.

Sofreram tentativas de homicídio as seguintes vítimas: Ney Santos Botelho, Epaminondas Mendes Pina, Edilson Sales Bezerra, Leandro Peres Vargas, Rosalino Rodrigues da Silva e João Bosco Pereira dos Santos.

Os acusados do GPT ficaram presos por quase dois anos no presídio de segurança máxima em Campo Grande-MS e foram recambiados para Goiânia para realização do julgamento. A promotora explicou que os réus serão julgados separadamente a pedido da Defesa com objetivo de tentar livrar quem sabe alguns dos acusados.






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