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Cidades
Quarta - 23 de Março de 2011 às 07:59
Por: Laís Costa Marques

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Nove pessoas foram presas; juiz José Arimateia diz que julgamento ocorre após depoimento de testemunhas de defesa e acus
Nove pessoas foram presas; juiz José Arimateia diz que julgamento ocorre após depoimento de testemunhas de defesa e acus
As audiências que vão julgar os acusados da operação Madona, que investigou a prática de cartel na formação dos preços dos combustíveis em Cuiabá, foram marcadas para os dias 12, 13, 14 e 15 de julho deste ano. Deflagrada em 23 de abril de 2008, a operação resultou na prisão de 9 pessoas além do cumprimento de 12 mandados de busca e apreensão, executados pelo Grupo de Atuação de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) em parceria com o Ministério Público de Mato Grosso em conjunto com a Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal e Ministério da Justiça e da Fazenda.

O julgamento será realizado 4 anos após o início das investigações, que começaram em junho de 2007. A letargia no decorrer do processo é consequência do número de réus existentes. O juiz da Vara Especializada do Crime Organizado, Crimes contra a Ordem Tributária e Econômica, Crimes contra a Administração Pública e Crimes de Lavagem de Dinheiro da Comarca de Cuiabá, José Arimatéia Neves Costa, justifica que o processo reúne mais de 30 pessoas e que cada uma delas precisa ser citada pessoalmente, o que retarda o andamento dos procedimentos.

A previsão é que a sentença seja proferida logo após os julgamentos, depois de todas as testemunhas de acusação e de defesa dos suspeitos serem ouvidas. O Juiz José Arimatéia Neves Costa revela que os acusados serão julgados em ação conjunta e que responderão por crimes de cartel (2 a 5 anos de reclusão ou multa) e formação de quadrilha (de 1 a 3 anos de detenção).

Preso quando a Operação Madona foi deflagrada, o filho de empresário (do setor) e dono de postos, Daniel Locatelli, afirma que até o momento não foi comunicado a respeito da audiência. Ele critica o método como as investigações foram conduzidas e a prisão dos suspeitos. "Prenderam pessoas com residência fixa, que logo após os depoimentos foram soltas. Além disso, não havia provas e as investigações foram ilícitas". Locatelli, detido na ocasião, ressalta ainda que não era proprietário de posto.

Outro acusado, o empresário Bruno Borges, também informa que até o momento não recebeu sequer uma notificação e que depois de preso nunca mais teve qualquer informação sobre sua situação. "Fui preso, prestei depoimento e em seguida fui liberado. Não fui citado nem indiciado até hoje".

O advogado do Sindicato do Comércio Varejista de Combustível de Mato Grosso (Sindipetroleo), Saulo Gahyva, afirma que a entidade não é parte no processo e por isso não tem informações sobre o andamento do processo. Coordenador do Gaeco, Paulo Prado, informa que a participação do Grupo se encerrou e que agora depende da Justiça o parecer sobre as investigações. O Ministério Público foi procurado pela reportagem e, por meio da assessoria de imprensa, afirmou que as promotorias Criminal e Civil envolvidas, também aguardam o julgamento.

Com relação ao alinhamento de preços ainda existente na Capital, o juiz José Arimateia alega que este processo é referente a um fato específico e que para verificar se o cartel ainda é praticado, é preciso que nova denúncia seja oferecida à Justiça.





Fonte: A Gazeta

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