Poluição duplica risco de morte em transplantes de pulmão
Uma equipe da unidade de transplantes da Universidade Católica de Louvain (Bélgica) realizou um acompanhamento de 281 pacientes operados em um mesmo hospital de 1997 até 2008 e observou que cerca de metade desenvolveu uma síndrome chamada bronquiolite obliterante, que provoca uma "inflamação severa" que obstrui o pulmão.
Os cientistas levaram em conta em sua pesquisa a distância à qual os pacientes viviam de uma fonte de poluição importante, como uma via muito transitada, para determinar o impacto da poluição na percentagem de sobrevivência após um transplante.
Segundo o estudo, aqueles pacientes que vivem mais perto de uma rua com muito trânsito --a menos de 170 metros-- têm o dobro de possibilidades de morrer durante os cinco anos posteriores a uma cirurgia de transplante de pulmão em relação aos que vivem mais afastados de uma fonte de poluição ambiental.
Durante o acompanhamento médico de mais de uma década, 41% dos pacientes (117) desenvolveram a síndrome inflamatória, enquanto 22% (61) morreram.
Os cientistas ressaltaram que gênero, idade e tipo de transplante --de um ou dois pulmões-- não modificou o risco de vida devido às complicações derivadas da operação.
Os autores concluíram que um de cada quatro casos de "bronquiolite obliterante", assim como quase 30% das mortes após um transplante de pulmão, podem ser atribuídas à poluição.
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