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Economia
Quinta - 24 de Março de 2011 às 20:53

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A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) descolou mais uma vez dos demais mercados, registrando perdas nos seus papéis de maior influência nos negócios. No exterior, o rebaixamento do "rating" (nota de risco) de Portugal não foi suficiente para desestimular o apetite por riscos dos investidores, num contexto em que os problemas "nucleares" do Japão aparentam relativo controle.

Os papéis da Vale continuam prejudicadas pelas especulações a respeito da saída de Roger Agnelli da presidência, junto com empregados e diretores da companhia, como aponta reportagem da Folha. A ação preferencial da mineradora, que respondeu por 10% dos negócios da Bolsa, desvalorizou 1%, enquanto a ordinária cedeu 1,19%.

O índice Ibovespa, que reflete os preços das ações mais negociadas, retrocedeu 0,39% no fechamento, aos 67.532 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,08 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, valorizou 0,70%.

Em seu quinto consecutivo de queda, o dólar comercial foi negociado por R$ 1,658, em um declínio de 0,18%. A taxa de risco-país marca 171 pontos, mesma pontuação de ontem.

"A tendência natural do mercado [de câmbio] é de queda, dado o enorme fluxo positivo deste ano. Numa semana mais calma, sem maiores notícias e sem boataria, com o Japão relativamente normalizado, o mercado somente retomou essa tendência", observa Felipe Pellegrini, gerente da mesa de operações do banco Confidence.

Entre as notícias de destaque no dia, a agência de classificação de risco Fitch rebaixou a nota de risco de Portugal em dois níveis, algo pouco usual, como consequência do veto do Parlamento ao plano de austeridade apresentado pelo governo. Apesar do "downgrade", o país permanece enquadrado como "grau de investimento", isto é, no clube de países mais seguros para se investir.

O Departamento de Trabalho dos EUA registrou uma queda na demanda pelos benefícios do auxílio-desemprego na semana passada. O total de pedidos iniciais caiu para 382 mil, em uma diminuição de 5 mil registros. Analistas do mercado previam uma cifra na casa dos 383 mil.

Ainda nos EUA, o Departamento de Comércio informou uma retração nas encomendas de bens duráveis de 0,9% em fevereiro. A queda decepciona o mercado financeiro que estimava um crescimento de 1,1% no indicador geral.

No front doméstico, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontou uma taxa de desemprego de 6,4% em fevereiro ante 6,1% em janeiro. O resultado do desemprego no mês passado representa a menor taxa apurada para um mês de fevereiro desde o início da série histórica iniciada em março de 2002.

EMPRESAS

O gigante do setor frigorífico JBS registrou prejuízo de R$ 264 milhões no exercício de 2010, ante um lucro de R$ 220,1 milhões no balanço anterior. Somente no quarto trimestre, as perdas somam R$ 539,3 milhões, ante um lucro de R$ 127,9 milhões no trimestre final de 2009. A ação ordinária cedeu 3,6% no pregão de hoje.

O resultado da JBS acabou ficando abaixo da nossa expectativa e o aumento dos preços dos grãos e do boi está pressionando as margens, principalmente da operação de carne de frango da JBS USA e da JBS Mercosul, avalia o departamento de análise da Link Investimentos, em relatório sobre o balanço da empresa. A captura de sinergias com as recém-adquiridas Bertin e Pilgrim pode, no entanto, melhorar as margens e ganhos da empresa nos próximos trimestres.

O presidente da JBS, Wesley Batista, afirmou que o faturamento da empresa deve atingir US$ 40 bilhões (R$ 66,376 bilhões) em 2011, número 21% maior que o resultado deste ano.

A MMX, mineradora do grupo EBX, do empresário Eike Batista, anunciou um lucro líquido de R$ 83,8 milhões para o quarto trimestre de 2010, contra um prejuízo de R$ 65,2 milhões no mesmo período do ano anterior. A ação ordinária teve ganho de 4,5%.

A construtora e incorporadora MRV comunicou um lucro líquido de R$ 152,1 milhões no trimestre final de 2010, em incremento de 25% o resultado no mesmo período de 2009. Apesar do crescimento, o ganho ficou abaixo das expectativas do mercado (consenso em R$ 171 milhões). A ação ordinária desabou 6,45%.






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