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Polícia
Sexta - 25 de Março de 2011 às 07:29
Por: CLARICE NAVARRO DIÓRIO

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Depois de dois dias preso no bloco 2 da cadeia de Cáceres, o preso Rosauro Pinheiro de Campos, de 34 anos, foi assassinado dentro da cela por companheiros. O crime aconteceu na madrugada de ontem e a polícia foi acionada logo após. O corpo foi retirado do local às 6 horas da manhã apresentando vários hematomas, inclusive cranianos, perfurações de “chuço” em baixo das axilas e sinais de espancamento nas costas. Ele apanhou até morrer e os policiais acreditam que tenha sido torturado.

Rosauro havia sido preso por policiais do Grupo Especial de Fronteira, o Gefron, ao tentar levar um veículo para a Bolívia, uma caminhonete Blazer. Ele acabou “encalhando” o carro num atoleiro e foi preso. A intenção, segundo confessou, era dar o golpe do seguro. O detento morava em Cáceres, no bairro Santos Dumont, para onde o corpo foi levado após a perícia, mas os familiares não quiseram dar declarações.

O detento estava desde a última terça feira na ala B do bloco 2. A direção da unidade prisional declarou que não sabe ainda os motivos do crime, mas a informação é de que alguns detentos tenham consumido drogas no local antes de praticar o crime, que pode ter o envolvimento de vários presos. Após a retirada do corpo, a Polícia Militar fez uma varredura no local e encontrou chuços, celulares, 40 trouxinhas de pasta-base, algumas de maconha e cachimbos para o consumo de droga, além de uma barra de ferro que provavelmente foi usada para espancar a vítima. O objeto foi encaminhado para ser periciado pela Polícia Técnica.

O diretor da cadeia, Cleiton Norberto Leôncio da Silva, informou que o preso não demonstrou medo no dia anterior, nem sinal de que estivesse sendo ameaçado. “Ele conversou com um advogado, que garantiu seu habeas corpus ainda para esta semana”. O diretor informou ainda que foi instaurado inquérito policial para apurar o crime. A Polícia Civil começaria ontem mesmo a ouvir todos os presos da ala. O objetivo é esclarecer o crime o mais rapidamente possível, o motivo pelo qual foi praticado e responsabilizar os culpados.

A exemplo das outras unidades prisionais do país, a Cadeia Pública de Cáceres tem superlotação, com 400 reeducandos num espaço para 240. Está sendo testado há alguns dias um sistema de monitoramento de toda a unidade prisional através de câmeras. O sistema entra em operação oficialmente hoje, depois dos policiais militares e os agentes terem passado por um período de treinamento. Trinta e duas câmeras foram instaladas nos quatro blocos, com recursos doados pela Justiça Federal. As imagens ficam acessíveis na sala do diretor, na parte administrativa, onde estão os agentes de plantão e, também os policiais militares em serviço no local. Um monitor deverá ser instalado também no fórum de Cáceres, na sala do juiz da Vara de Execuções Penais. A intenção é evitar fugas e rebeliões.
 






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