Seca prolongada, excesso de chuva e praga arruinou 2,2 milhões (ha) de pasto em MT
Recuperação custará R$ 3 bi
Ele explica que para quantificar os prejuízos nas pastagens no Estado o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) fez uma pesquisa por amostragem entrevistando 495 produtores, que juntos são donos de uma área de 1,2 milhão de hectares, sendo 92 mil hectares de pasto degradado. Os resultados foram apresentados nesta quinta-feira (24) e apontaram que o custo previsto para ser desembolsado pelo produtor representa 62% do Valor Bruto da Produção de 2010, que é o preço médio da arroba multiplicado pelo abate de 4,33 milhões de cabeças. "Isso quer dizer que para pagar a recomposição das pastagens será necessário gastar mais da metade da receita obtida pelo setor no ano passado, de R$ 4,95 bilhões".
Conforme Vacari, os prejuízos ocorrerão em todas as regiões do Estado, com mais intensidade no Nordeste, Médio-Norte, e Sudeste mato-grossense. De acordo com a pesquisa do Imea, dos entrevistados nessas regiões, respectivamente, 68%, 63% e 61% disseram ter contabilizado prejuízos. Entre os motivos que levaram a degradação das pastagens, a seca é o principal responsável. Neste caso, 53% dos produtores confirmaram que a estiagem atrapalhou o crescimento do capim. O ataque de pragas foi a resposta de 43% dos entrevistados, seguido pelo excesso de água, com 4%.
O superintendente do Imea, Otávio Celidônio, explica que a pesquisa considerou somente os motivos que ocasionam a morte das pastagens. Ele acrescenta que os prejuízos levam em conta somente o valor estimado para a recuperação do campo. "Os problemas que os produtores enfrentam como a perda de renda com a morte de alguns animais por fome, o valor gasto com rações para nutrir o rebanho entre outras situações não foram contabilizadas na pesquisa". Celidônio afirma que os produtores estão muito preocupados.
No município de Vila Rica (1,259 mil km de Cuiabá) as pastagens degradas denunciam o sofrimento do animal e consequentemente o desespero do produtor em salvar o rebanho. O pecuarista, Eduardo Ribeiro, relata que a situação mais crítica está no gado de cria. "A vaca com bezerro consome mais capim". Ele conta que a ajuda é comunitária, mas que pouca coisa pode ser feita.
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