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Economia
Sexta - 25 de Março de 2011 às 07:42
Por: Vívian Lessa

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Depois da estiagem vieram as águas; pragas se alastraram no pasto reduzindo a oferta de alimento
Depois da estiagem vieram as águas; pragas se alastraram no pasto reduzindo a oferta de alimento
O pecuarista de Mato Grosso terá que desembolsar aproximadamente R$ 3 bilhões para recuperar as pastagens degradadas pela seca, excesso de chuva e pragas. A área destruída é estimada em 2,2 milhões de hectares e representa 8,4% da extensão territorial destinada à atividade no Estado, de 26 milhões de hectares, onde são criadas 28,7 milhões de cabeças. Os agentes causadores da morte do capim seguem um ciclo que teve início no ano passado com o atraso das chuvas. Após o período de estiagem, junto com as primeiras chuvas vieram as pragas como a cigarrinha e as lagartas que se espalharam pelas propriedades. "O prejuízo pode ser ainda maior já que a chuva não acabou e as pastagens não receberam o tratamento adequado", avalia o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari.

Ele explica que para quantificar os prejuízos nas pastagens no Estado o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) fez uma pesquisa por amostragem entrevistando 495 produtores, que juntos são donos de uma área de 1,2 milhão de hectares, sendo 92 mil hectares de pasto degradado. Os resultados foram apresentados nesta quinta-feira (24) e apontaram que o custo previsto para ser desembolsado pelo produtor representa 62% do Valor Bruto da Produção de 2010, que é o preço médio da arroba multiplicado pelo abate de 4,33 milhões de cabeças. "Isso quer dizer que para pagar a recomposição das pastagens será necessário gastar mais da metade da receita obtida pelo setor no ano passado, de R$ 4,95 bilhões".

Conforme Vacari, os prejuízos ocorrerão em todas as regiões do Estado, com mais intensidade no Nordeste, Médio-Norte, e Sudeste mato-grossense. De acordo com a pesquisa do Imea, dos entrevistados nessas regiões, respectivamente, 68%, 63% e 61% disseram ter contabilizado prejuízos. Entre os motivos que levaram a degradação das pastagens, a seca é o principal responsável. Neste caso, 53% dos produtores confirmaram que a estiagem atrapalhou o crescimento do capim. O ataque de pragas foi a resposta de 43% dos entrevistados, seguido pelo excesso de água, com 4%.

O superintendente do Imea, Otávio Celidônio, explica que a pesquisa considerou somente os motivos que ocasionam a morte das pastagens. Ele acrescenta que os prejuízos levam em conta somente o valor estimado para a recuperação do campo. "Os problemas que os produtores enfrentam como a perda de renda com a morte de alguns animais por fome, o valor gasto com rações para nutrir o rebanho entre outras situações não foram contabilizadas na pesquisa". Celidônio afirma que os produtores estão muito preocupados.

No município de Vila Rica (1,259 mil km de Cuiabá) as pastagens degradas denunciam o sofrimento do animal e consequentemente o desespero do produtor em salvar o rebanho. O pecuarista, Eduardo Ribeiro, relata que a situação mais crítica está no gado de cria. "A vaca com bezerro consome mais capim". Ele conta que a ajuda é comunitária, mas que pouca coisa pode ser feita.
 





Fonte: A Gazeta

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