Soldado é condenado por chacina no Araguaia
Mais dois militares de Goiás acusados de participarem de uma chacina ocorrida em um bar na cidade Aragarças (GO), na divisa com Barra do Garças (508 km de Cuiabá), foram a Júri Popular, em Goiânia, na quinta-feira (25). Vandir Silva foi absolvido da acusação de ter dado cobertura nessa chacina quando estava de trabalho na viatura e o colega soldado João Oliveira Diniz Junior pegou três anos e três meses de condenação.
A defesa do polícial Diniz entrou com o pedido de progressão de pena para que o militar possa ser solto. Já o militar Vandir, absolvido da acusação da chacina do bar, permanecerá preso porque já responde por um homicídio. O julgamento foi realizado em Goiânia devido à repercussão do caso em Aragarças.
A chacina no bar perto do posto Carinhoso, que resultou na morte de duas pessoas e deixou uma baleada, aconteceu em fevereiro de 2008. Através desse crime a Promotoria denunciou sete militares acusados de participarem de um grupo de extermínio que teria executado 15 pessoas em Aragarças e uma em Barra do Garças.
Dos sete militares quatro já foram absolvidos e somente o sargento Celso Pereira de Oliveira foi condenado a 19 anos por ter sido reconhecido por um sobrevivente da chacina com um dos participantes da execução. A defesa do sargento já recorreu dessa decisão. A testemunha está inclusa no Programa Nacional de Proteção as Testemunhas.
Faltam ser julgados o tenente Neidmar da Silva Camilo e do soldado Odair Fernando Souza que iriam a Júri nesta sexta-feira (25) cuja julgamento foi remarcado por decisão do juiz presidente do Júri Popular para segunda-feira (29).
Os militares estão afastados das funções desde 2008. Segundo a denúncia do MPE o grupo de extermínio atuava oferecendo proteção polícial a traficantes em troca de benefícios. Foram 16 mortes e sete tentativas de homicídio em Aragarças inclusive uma morte em Barra do Garças de um segurança.
Durante as investigações, a delegada responsável por inquérito Azuen Albarelo foi ameaçada tendo a sua casa metralhada e o carro riscado com a letra “M” de morte.
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