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Polícia
Sábado - 26 de Março de 2011 às 08:21
Por: Marcelo Mora

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A delegada Margarette Barreto, titular da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil, analisou na tarde desta sexta-feira (25) as imagens de câmeras que teriam flagrado um suposto ataque a Guilherme Rodrigues, de 23 anos, ativista do movimento LGBT e militante político, na madrugada de quarta-feira (23), em um posto de combustível na esquina das ruas Augusta com Peixoto Gomide, na região da Avenida Paulista, em São Paulo.


Com base nas imagens e nos depoimentos dos envolvidos, a delegada está analisando se se trata de mais um ataque homofóbico ou não na região, frequentada por homossexuais. "Estamos investigando, mas pelas imagens parece mais uma briga", disse.

Para a delegada, o plantonista do 4º DP, da Consolação, agiu corretamente ao registrar o caso como de lesão corporal, injúria e ameaça. "O Guilherme veio até aqui (Decradi) para tentar reconhecer em nossos arquivos se algum dos seus agressores faz mesmo parte destes grupos radicais", disse Barreto. Na próxima semana, ele deverá convocar para depor o funcionário do posto de combustível que teria ajudado a conter os supostos agressores.

Além do depoimento do ativista, ela ouviu outros dois jovens, um de 18 e outro de 21 anos, que teriam participado da agressão. Um deles, o mais velho, que estava acompanhado da mãe, aceitou falar com o G1 na sede do Decradi, com a condição de não ter o nome e nem o rosto divulgados. O estudante voltou a afirmar que ele e os amigos foram cantados por Guilherme.

"Houve erro dos dois lados, mas não houve ataque nenhum. Houve um soco e um empurrão. Ele (Guilherme) mexeu com a gente e o meu amigo se desentendeu com ele", garantiu. O estudante afirmou que nem ele e nem seus amigos são skinheads ou homofóbicos", declarou. "Estão extrapolando. Ninguém é skinhead", disse.

Dois dos agressores, segundo Rodrigues, pelas características, seriam integrantes do grupo skinheads, conhecido pela intolerância. “Eu vi que eles iriam agredir um casal homossexual e parei para ver o que iria acontecer. Não falei nada e nem tive qualquer reação. Eles me viram e vieram na minha direção. Me deram cabeçadas, me agrediram. Só pararam quando os funcionários do posto interferiram”, relatou o estudante.

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Câmera mostra agressão a jovens na Avenida PaulistaAtaques por racismo lideram casos em delegacia especializada de SPSegundo ele, os quatro rapazes continuaram o ameaçando mesmo depois que um carro da polícia parou para conter as agressões. Guilherme disse que relatou a uma policial militar o ocorrido e manifestou a sua intenção de fazer um boletim de ocorrência. A reação da policial o surpreendeu. “Ela tentou me dissuadir de fazer o boletim”, contou.

No 4º DP, na Consolação, região central de São Paulo, a mesma policial, de acordo com Rodrigues, afirmou aos funcionários do plantão que os quatro agressores também iriam registrar um boletim de ocorrência. “Ela disse que eu dei em cima deles e que eles também teriam direito de fazer um boletim. Só mudaram de ideia quando um funcionário do posto testemunhou a meu favor”, disse. Os quatro rapazes foram indiciados por injúria, ameaça e lesão corporal.


Ativista exibe ferimentos na boca
(Foto: Marcelo Mora/G1)Rodrigues, no entanto, quer que o caso seja investigado pela Decradi. O objetivo é tratar a agressão que sofreu como um caso de delito de intolerância contra homossexuais. O movimento LGBT programou um ato para as 14h de segunda-feira (28) em frente ao 4º DP para entregar o laudo do Instituto Médico Legal (IML) do exame de corpo de delito ao qual se submeteu.

Outros casos
No dia 14 de novembro de 2010, quatro menores de 18 anos e um maior de idade agrediram pedestres na Avenida Paulista. Eles chegaram, inclusive, a desferir golpes com lâmpadas fluorescentes em uma das cinco vítimas do grupo. Para a polícia, a motivação dos ataques foi homofobia. No dia 4 de dezembro, o operador de telemarketing Gilberto Tranquilini da Silva e um colega dele, ambos de 28 anos, foram vítimas de uma agressão nas proximidades da Estação Brigadeiro do Metrô, também na Avenida Paulista. Eles disseram à polícia que o ataque foi motivado por homofobia.

No dia 25 de janeiro deste ano, um estudante de 27 anos afirmou que ele e um amigo foram vítimas de um ataque homofóbico na Rua Peixoto Gomide, quase na esquina com a Rua Frei Caneca, quando levou uma garrafada no olho direito.

 





Fonte: Do G1 SP

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