"Consolidamos relações de confiança mútua, aprofundamos nossos canais de diálogo político e estreitamos nossos laços de cooperação", destaca a carta emitida pela Chancelaria do Paraguai, país que exerce a Presidência semestral do Mercosul.
O texto foi referendado pelos chanceleres Jorge Lara Castro, do Paraguai; Héctor Timerman, da Argentina; Antonio Patriota, do Brasil, e Luis Almagro, do Uruguai.
Os chefes diplomatas consideraram que o Mercosul, quarto bloco econômico do mundo e cujo tratado constitutivo foi referendado no dia 26 de março de 1991 em Assunção, "é a demonstração da capacidade conjunta dos quatro países de sobrepor as diferenças do passado, uma agenda compartilhada".
No âmbito econômico, "os avanços são particularmente eloquentes", destacaram os chanceleres, que resenharam que o comércio entre os parceiros regionais se elevou de US$ 4,5 bilhões em 1991 a US$ 45 bilhões em 2010.
"Se avançou em temas sensíveis como a eliminação da dupla cobrança da tarifa externa, o código alfandegário, disciplinas comerciais comuns, cujos acordos em outras épocas pareciam muito distantes", indicaram.
Também, ressaltaram que o Mercosul "é uma potência energética em expansão e corresponde ao território agrícola mais produtivo do mundo", que, segundo seus membros, atraiu recentemente a aliados "geograficamente distantes como a Austrália, Emirados Árabes Unidos, Turquia, Palestina, Síria e Nova Zelândia".
No âmbito social, indicaram que estão "determinados a caminhar em direção a um verdadeiro estatuto da cidadania do bloco".
"Dessa forma, ao completar 20 anos, nosso processo de integração alcança um nível mais elevado de maturidade", sublinharam.
O grupo argumentou que o exemplo "contundente dessa maturidade é o Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul (Focem)", que procura reduzir as assimetrias econômicas constante denunciadas pelo Paraguai e Uruguai, os sócios menores do grupo.
O chanceler paraguaio destacou na véspera durante um seminário internacional que o pacto ainda não avançou na livre circulação de bens e serviços nem o desarmamento das barreiras tarifárias entre seus parceiros.
Os membros do grupo, que nos primeiros anos de sua criação já contava com a Bolívia e Chile como países associados e aos que se uniram neste tempo Colômbia, Equador e Peru, seguem sem concretizar o pedido de adesão plena da Venezuela.
O ingresso desse país caribenho, aprovado pelos Governos dos quatro parceiros em 2006, passou a prova nos Congressos da Argentina, Brasil e Uruguai, mas no Senado paraguaio persiste uma forte rejeição à forma de Governo do presidente Hugo Chávez.
O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, deve participar neste sábado junto ao vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera, em um ato de celebração do aniversário do Mercosul na comunidade indígena Jaguatí, em Amambay, ao nordeste de Assunção, na fronteira com o Brasil. EFE
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