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Política
Sábado - 26 de Março de 2011 às 17:43

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Moradores de Curralinho, cidade de 28 mil habitantes na Ilha de Marajó, no Pará, incendiaram ontem (25) a Câmara Municipal e apedrejaram a prefeitura e duas secretarias porque os vereadores não abriram processo de cassação contra o prefeito Miguel Pedro Pureza Santa Maria (PSDB).

O prefeito é acusado pela CGU (Controladoria-Geral da União) de não ter comprovado investimentos de R$ 9,7 milhões com recursos federais. Há suspeitas de que o dinheiro, repassado pelos ministérios da Educação (R$ 8 milhões) e da Saúde (R$ 1,7 milhão), tenha sido desviado. O prefeito não foi encontrado pela reportagem.

De acordo com a Polícia Militar da cidade, cerca de 500 moradores acompanhavam, de uma praça, a sessão da câmara que votava a abertura de processo contra o prefeito na tarde da última sexta-feira (25).

O placar foi de três votos contra a abertura do processo, dois à favor e duas abstenções. O resultado da votação revoltou a população, que invadiu o prédio da câmara e ateou fogo aos móveis. Parte do prédio foi queimada, de acordo com a PM.

A prefeitura, que fica perto do local, e as secretarias de Saúde e Educação (áreas ligadas às supostas fraudes) foram atacadas com paus e pedras.

De acordo com a Polícia Civil do Pará, uma equipe da Superintendência Regional de Ilhas, que fica em Breves, a quatro horas de barco de Curralinho, foi enviada ao local para abrir um inquérito.

Vários acusados pelo vandalismo já foram identificados, de acordo com a polícia, mas não foram feitas prisões para evitar novos protestos.

Os acusados poderão responder por dano ao patrimônio público.






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