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Domingo - 27 de Março de 2011 às 08:12
Por: Vívian Lessa

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Muitas residências e estabelecimentos comerciais estão monitorando o movimento por meio de câmeras de vigilância
Muitas residências e estabelecimentos comerciais estão monitorando o movimento por meio de câmeras de vigilância

É por trás das grades do portão que Maria (nome fictício) lembra do dia em que o filho virou refém nas mãos de um assaltante. A violência fora de controle fez com que ela se aprisionasse na própria casa em busca de segurança. Muros altos, cerca elétrica, alarme são características de sua residência e de muitas pessoas que precisam investir, e alto, para garantir a segurança física e patrimonial dos imóveis. Todos esses aparatos incluindo a contratação de um vigia, demandam investimentos, que variam de R$ 3 mil a R$ 15 mil.

Para muitos, o valor é inacessível. Mas há quem pagaria mais para sentir que realmente está seguro. Além dos equipamentos de segurança, Maria contratou um guarda 24 horas, assim como outros quase 20 moradores da rua F, no bairro Consil, em Cuiabá, que também já foi chamada de "Rua da Falta de Segurança".

Um dos vigias contratados, Maksuel Silva Oliveira, lembra que os bandidos já invadiram quase todas as casas da rua. "Sei de apenas 3 que não foram assaltadas". O trabalhador, que não tem formação específica para atuar na profissão, explica que viu no segmento de segurança a oportunidade de aumentar a renda mensal. Ele conta que recebe cerca de R$ 1,5 mil por mês, pagos pelos próprios moradores.

Toda medida é válida para garantir a segurança na opinião da aposentada Crispina Ferreira. Ela gastou aproximadamente R$ 5 mil com portão eletrônico, cerca elétrica e alarme com sensor, instalados na residência onde mora. O investimento ocorreu após assaltantes levarem os aparelhos eletrônicos quando estava fora de casa. Hoje, além dos equipamentos, a segurança é garantida também por um cão de guarda.

O casal Pedro Carlos e Noely Ribeiro mora no bairro Morada do Ouro, na Capital, acrescenta que além de cerca elétrica e portão eletrônico, é preciso tomar providências que inibam a violência. "A noite, quando minha filha retorna da faculdade peço para ela me ligar antes para ter tempo de esperá-la no portão de casa", conta Noely. Carlos afirma que todas as atitudes em prol da segurança podem não evitar completamente os incidentes, mas pelo menos dificultam, por exemplo, o indivíduo entrar na residência.

A garantia de segurança acaba sendo um fator decisivo na hora de comprar ou alugar um imóvel. É o que conta o diretor da construtora Plaenge em Mato Grosso, Rogério Fabian Iwankiw. Ele informa que muitos clientes preferem adquirir condomínios para ficar longe de assaltos e roubos. Conforme ele, a empresa tem a preocupação de construir sistemas que facilitem a segurança do morador.

Demanda aquecida - O empresário do segmento, Nei da Costa, explica que a segurança patrimonial ainda é um serviço contratado por pessoas com maior poder aquisitivo, apesar dos preços dos produtos terem caído consideravelmente nos últimos anos, como é o caso do alarme que já chegou a custar quase R$ 3 mil. Hoje o produto pode ser comprado por até R$ 600. De acordo com ele, em média, o consumidor gasta cerca de R$ 5 mil para ter instalado alarme, portão eletrônico e cerca elétrica.

Além disso, ele explica que a concorrência do setor tem contribuído para a queda dos preços e para o aumento de contratação dos serviços e equipamentos de segurança. Costa também afirma que os clientes estão concentrados em bairros com alto índice de roubos e assaltos. Para ele, o principal desafio é trabalhar a confiança do cliente. "As pessoas ficam receosas mesmo quando vão instalar os equipamentos na residência. Nesse caso, o cliente leva sempre em consideração a idoneidade da empresa".

É justamente este o conselho do proprietário da RSB Segurança e diretor do Sindicato das Empresas de Segurança, Vigilância e Transporte de Valores de Mato Grosso (Sindesp-MT), Rivaldo Sampaio Barbosa. Segundo ele, nas empresas que prestam serviços de segurança humana, ou seja, vigias armados, o interessado pode contar com a Polícia Federal, que fiscaliza a atividade.

Segundo ele, no que se refere à segurança armada, os clientes são empresas de grande porte, órgãos públicos e agências financeiras. "Isso porque o valor pago na contratação dos profissionais é alto, ficando em torno de R$ 10 mil por mês". Ele explica que para ter uma segurança de 24 horas são contratados 4 vigias que se revezam.

O salário desses trabalhadores, que recebem treinamento em defesa pessoal, tiro e ainda passam por uma análise de antecedentes criminais, varia de R$ 900 a R$ 1,1 mil. Para ele, a pessoa que busca segurança preventiva está disposta a pagar o preço. De acordo com o Sindesp-MT, no Estado são cerca de 20 empresas de segurança armada em atividade.

Controle - Para manter a qualidade no setor, a Delegacia de Controle de Segurança Privada (Delesp) da Superintendência de Polícia Federal de Mato Grosso vem realizando a operação Segurança Legal, para combater atividades clandestinas. As empresas que prestam serviço de segurança e vigilância patrimonial devem ser autorizadas pelo Departamento de Polícia Federal e os vigilantes devem ser credenciados junto ao órgão. Os empresários do segmento pagaram, no ano passado, R$ 498,6 mil em taxas administrativas para a Polícia Federal.





Fonte: A Gazeta

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