Lula sugeriu compra de títulos da dívida portuguesa como forma de girar economia do país
Dilma diz que Brasil pode ajudar Portugal a sair da crise
A visita de Dilma a Portugal é a primeira ao continente europeu. Ela fica nesta terça e na quarta-feira (30) em Coimbra e depois segue para Lisboa, onde se encontrará com o presidente Cavaco Silva e o primeiro-ministro José Sócrates. Para Dilma, Portugal poderá contar com o Brasil para sair do buraco.
- Sempre poderá [ajudar], assim como Portugal já ajudou o Brasil economicamente.
A crise econômica portuguesa é tão grave que até Sócrates já pediu demissão. A saída dele do governo depende ainda da aprovação do presidente.
Sócrates quer sair porque não conseguiu o apoio dos deputados para o Programa de Estabilidade e Crescimento. O pacote de cortes no orçamento e estímulo à economia foi a resposta do governo à grave crise em que se encontra Portugal, que pode ter graves reflexos na economia da União Europeia.
Ainda não há propostas concretas sobre como o Brasil ajudaria Portugal. Uma das alternativas foi apresentada por Lula nesta segunda. Para ele, o Brasil poderia comprar títulos da dívida portuguesa como forma de injetar grana nos cofres portugueses e ajudar a economia do país a girar.
A compra de títulos da dívida funciona como uma aplicação no Tesouro Nacional aqui no Brasil. O comprador aplica o dinheiro e recebe em troca uma dívida que será devolvida ao longo do tempo, durante um prazo longo, e com pagamento de juros. Para o emissor da dívida, isso serve como forma de capitalização.
Lula disse que "é viável a compra da dívida", mas ressalvou que cabe à presidente Dilma decidir o que fazer. Lula, no entanto, comentou que deve ser feito todo esforço para ajudar Portugal.
Ele lembrou que toda vez que o FMI (Fundo Monetário Internacional) tentou cuidar das dívidas dos países acabou criando mais problemas. Segundo ele, a Europa é muito grande e também poderia colaborar com os portugueses.
O pedido de ajuda aos portugueses foi levado ao governo brasileiro no ano passado, quando o ministro de Finanças de Portugal, Fernando Santos, teve um encontro com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Em dezembro, Mantega falou da possibilidade de ajuda, mas a própria presidente, em outras oportunidades, havia descartado a hipótese.
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