Cerca de 200 trabalhadores estão desempregados e aguardam pagamento dos salários
Mataboi demite funcionários
A suspensão dos abates pegou os fornecedores e trabalhadores de surpresa. O presidente do Sindicado dos Trabalhadores da Indústria de Alimentos de Rondonópolis, Edivaldo Aparecido Camargo, explica que a planta tinha entre 180 e 220 empregados e que durante a reunião com os representantes da empresa foi confirmada a paralisação definitiva. "Não nos passaram detalhes. Pediram para esperar 10 dias até o pagamento e que não haveria retorno das atividades".
O gerente da Superintendência Regional do Trabalho no município, Dalmir da Silva, afirma que até o momento nenhum empregado procurou o órgão para registrar qualquer denúncia ou pedir esclarecimentos. "Como o frigorífico está dentro do prazo para liquidar as pendências financeiras, os trabalhadores ainda não recorreram à Superintendência".
O presidente do Sindicato do Comércio, Indústria e Empresas de Rondonópolis, Edson Robson Alves Ferreira, ressalta que os impactos podem ser de grande dimensão se o fechamento for oficializado. Segundo ele, a capacidade da unidade era de empregar 400 funcionários e beneficiar diretamente 1,2 mil pessoas. "Além dos trabalhadores, tem o reflexo sobre as famílias e prestadores de serviços que atuavam por meio de outras empresas no Mataboi". De acordo com Edson Ferreira, o setor de comércio e serviços da cidade também será afetado com o fim das atividades.
Somado aos desempregos gerados com o fim da operação do frigorífico Pantanal (também em Rondonópolis) que parou de abater em julho do ano passado, são cerca de 500 trabalhadores sem emprego em consequência da crise que acomete o setor frigorífico na cidade, afirma o presidente do Sindicato dos Trabalhadores, Edson Ferreira. O frigorífico Mataboi foi procurado pela reportagem mas os telefones não foram atendidos na sede em Uberlândia (MG), nem por meio do telefone celular de um dos proprietários.
Em uma manifestação realizada no dia 15 de março, 50 representantes se reuniram com o presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), Osmair Couto, para solicitar a intervenção no processo. Na ocasião, os credores pediram que o TRT da 23ª Região, que representa Mato Grosso, acompanhe o processo de recuperação judicial.
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