"Bolsonaro tem se caracterizado como um deputado estúpido, mas ele foi eleito com essa estupidez", disse Vaccarezza a jornalistas. Segundo ele, a opinião não estava sendo dada na condição de líder do governo, mas na de parlamentar.
Bolsonaro está no centro de uma polêmica após ter afirmado à cantora Preta Gil que não discutiria "promiscuidade" após ser questionado sobre como reagiria caso o filho namorasse uma mulher negra.
A pergunta, previamente gravada, foi apresentada no quadro do programa intitulado "O povo quer saber": "Se seu filho se apaixonasse por uma negra, o que você faria?"
Bolsonaro respondeu: "Preta, não vou discutir promiscuidade com quer que seja. Eu não corro esse risco, e meus filhos foram muito bem educados e não viveram em um ambiente como, lamentavelmente, é o teu." Posteriormente, Bolsonaro afirmou que não havia entendido a pergunta.
Vaccarezza disse que, embora Bolsonaro esteja protegido pela imunidade parlamentar para apresentar suas ideias, deve haver um limite. Para ele, isso deveria ser discutido na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados.
Reação
Ao G1, Jair Bolsonaro disse que Vaccarezza estava sendo preconceituoso com ele. "Eu fui a diversos gabinetes de deputados explicar o que tinha acontecido. Cândido Vaccarezza está sendo preconceituoso comigo. Não vou usar adjetivos piores do que os dele", disse.
Bolsonaro também criticou o fato de Vaccareza ter afirmado que não estava falando como líder do governo. "Eu sou eu, ele é ele, cada um com sua plena responsabilidade. Então eu poderia alegar que fui no CQC como cidadão e não como deputado. (...) Somos companheiros, ele não poderia agir dessa maneira como líder do governo. Ir para esse lado de palavrões. Se eu que falo uma coisas dessas, é Conselho de Ética. Se ele fala, é imunidade parlamentar?"
Votações
O líder do governo também comentou sobre as votações previstas para a próxima semana. Ele afirmou que três propostas serão votadas mesmo que não haja consenso. Vaccarezza avalia que as votações serão "difíceis", uma vez que ainda não há acordo.
As votações desta semana na Câmara dos Deputados foram suspensas por conta da morte do ex-vice-presidente José Alencar e serão retomadas na semana que vem.
São elas a Medida Provisória (MP) 511/2010, que tranca a pauta e autoriza R$ 20 bilhões do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para construção do Trem de Alta Velocidade (TAV), o trem-bala.
Também deve ser analisado o Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 260/2010, que autoriza o Brasil a pagar três vezes mais pela energia comprada do Paraguai e vinda da usina binacional de Itaipu. O acordo foi firmado entre os países, mas precisa ser referendado pelo Congresso.
O terceiro projeto é o PDC 1669/2009, para referendar a criação do Tratado Constitutivo da União das Nações Sul-Americanas (Unasul).
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