Cidades pólo buscam Henry para explicar terceirização
O secretário de Saúde do Estado, Pedro Henry, vem recebendo visitas em seu gabinete de prefeitos das regiões pólo em saúde por conta do novo modelo de gestão, em parceria com as chamadas Organizações Sociais de Saúde. Os prefeitos querem conhecer a nova modalidade de gestão.
O médico e prefeito de Rosário Oeste, Joemil de Araújo trouxe uma equipe técnica e membros gestores do Hospital Associação Municipal de Proteção de Rosário Oeste, chamado de Hospital Amparo, objetivando se inteirar do assunto. Segundo ele, o hospital que atende a população do seu município é referência para a microrregião do Médio Norte do Estado. O hospital atende uma população estimada de 47 mil habitantes, com abrangência aos municípios de Jangada, Acorizal e Nobres, bem como as cidades localizadas no entroncamento dos municípios do Médio Norte.
Para o prefeito Joemil de Araújo, o hospital nesse modelo atual onera em muito o seu município. De acordo com ele, os serviços da assistência médico-hospitalar acabam por retirar dinheiro das ações da Atenção Básica que somam a importância de R$ 40 mil por mês para pagar os custos, “com o que não concordo, por ser a Atenção Básica a saúde preventiva e prioridade da Gestão Municipal”, disse.
Joemil salienta que vai dar início às discussões no município, com chamamento para Audiência Pública com os segmentos da sociedade como, Conselho Municipal de Saúde, Câmara de Vereadores. “Vamos discutir a possibilidade de também estabelecermos parceria com Organização Social de Saúde, daí teremos os serviços ampliados para a Alta Complexidade, afirma. Hoje atendemos a baixa e média complexidade, e temos muitos acidentes nas rodovias, onde as vítimas necessitam de um atendimento de maior complexidade. Por outro lado, também a nossa população poderá ser atendida na nossa região evitando assim deslocamentos para a Capital”, disse o prefeito.
A presidente do Hospital Amparo, Inês de Fátima Cerrutto disse que o hospital tem um compromisso social a ser desempenhado e que hoje está comprometido, por faltar meios que o faça evoluir, tanto na adoção de infraestrutura necessária como aquisição de equipamentos mais avançados devido o alto custo da manutenção. “Se é possível implantar este novo modelo que já deu certo em tantos outros municípios do País, porque não aqui? Vamos continuar com a nossa missão de atender ao Sistema Único de Saúde, porém com mais condições e perspectivas de crescimento principalmente no quesito da acessibilidade ampliada. A população de Rosário Oeste e municípios abrangentes querem mudança e vamos proporcionar isso a ela”, disse Fátima Cerruto.
O prefeito de Pontes e Lacerda, Newton Miotto, outro que tomou conhecimento da nova proposta de Saúde, disse que já vem trabalhando com suas equipes desde a última visita do secretário Pedro Henry em seu município, no dia 14 de janeiro, quando promoveu a primeira discussão já ampliada com a sociedade e dirigentes da unidade de saúde Santa Casa, no sentido de buscar solução aos problemas que a entidade sofre de infraestrutura e falta de linhas de financiamento.
A intenção do prefeito é a de transformar a Santa Casa autossuficiente nos serviços da média complexidade para depois partir para implantação da alta complexidade. “Com as mudanças e a parceria com Organização Social de Saúde, com certeza o nosso município se concretizará como mais um polo de referência em Saúde da Região Oeste. Já avançamos nas discussões e estamos quase na fase final dos trabalhos. Acreditamos nesse novo modelo”, afiançou o prefeito.
A prefeita de Alta Floresta, Izaura Dias Alfonso disse que já avançou nas discussões em seu município e acredita na parceria das Organizações Sociais de Saúde como sendo um caminho para a administração hospitalar. “Trata-se de um modelo de Gestão que vai melhorar os serviços da assistência médico-hospitalar. Um item de trabalho da rede SUS que impacta no orçamento das Secretarias Municipais de Saúde. Não é fácil manter um hospital aberto e quando se abre uma unidade hospitalar ela necessita acompanhar a tecnologia e ter uma infraestrutura adequada”, disse.
A prefeita acrescentou que a população do seu município cresceu, mas a Saúde tem que avançar. “Vamos estadualizar o Hospital Municipal. O nosso projeto é para a população. Temos que ter leitos de UTIs, implantar a alta complexidade. Com o novo modelo de gestão de Saúde vamos desamarrar o setor e avançar. Atendemos seis municípios a contar de Alta Floresta, como Carlinda, Paranaíta, Nova Brasilândia, Nova Monte Verde, Apiacás e ainda 120 famílias moradores ao Sul do Pará, na divisa com Mato Grosso. Então, temos grandes responsabilidades por sermos a referência em serviços de saúde.
O que não dá mais é ver a população desassistida e ter que encaminhá-las para a Capital por falta de serviços mais qualificados. É um passo importante que vamos dar”, enfatizou a prefeita Izaura Dias Alfonso.
O secretário de Estado de Saúde, Pedro Henry vem dizendo às dezenas de prefeitos que o procura para se informarem acerca do assunto. Henry afirma não ter dúvidas que promover parcerias é uma forma de avançar nas ações e serviços da rede SUS. Para ele, a parceria com as organizações Sociais de Saúde vai resolver o grande gargalo da assistência médico-hospitalar, que é a falta de acesso do cidadão ao SUS e aos serviços de acompanhamento tecnológico. “O que estamos propondo é um projeto piloto de parceria para gerenciar um hospital que há anos está fechado, o Metropolitano de Várzea Grande.
Ele servirá aos usuários do SUS nos serviços de cirurgias gerais, traumatologia e ortopedia. O que queremos é melhorar o atendimento das urgências e emergências ao mesmo tempo em que estaremos promovendo o descongestionamento dos prontos socorros municipais de Cuiabá e Várzea Grande. Com o modelo piloto dando certo vamos estender as outras unidades de Saúde do Estado”, assinalou o secretário.
Pedro Henry já visitou diversas regiões de Mato Grosso levando a nova proposta do Governo do Estado, do novo modelo de gestão, ao mesmo tempo em que trabalha em outras frentes de serviços com forças tarefas na gestão de medicamentos, na organização da Rede de Serviços do SUS do Estado, na edição de um novo protocolo clínico de diretrizes terapêuticas de medicamentos, nas ações no enfrentamento da dengue, na abertura de diálogo com os municípios para que se promova estudos e necessidades de serviços laboratoriais, na construção de novos programas e serviços e melhoramento dos já instalados. Com informações da assessoria.
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