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Educação
Sexta - 01 de Abril de 2011 às 15:28

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Homem cego utiliza sistema de linguagem braile para ler livro
Homem cego utiliza sistema de linguagem braile para ler livro

 O MEC (Ministério da Educação) negou, nesta sexta-feira (1º), que vá fechar escolas especializadas em aulas para deficientes (cegos e surdos) no Rio de Janeiro.

Os diretores das duas renomadas escolas - o Instituto Benjamin Constant, na Urca, e o Ines (Instituto Nacional de Educação de Surdos), em Laranjeiras - vão se reunir com o ministro da Educação, Fernando Haddad, para esclarecer o mal-entendido.

O encontro vai acontecer em Brasília, na próxima terça-feira (5), às 11h30. As informações foram divulgadas pelo Twitter do MEC.

A polêmica começou em meados de março, depois que representantes dos dois institutos foram informados pela diretora de Políticas de Educação Especial do ministério, Martinha Clarete, que os alunos do ensino básico (creches e e ensino fundamental) seriam transferidos para as redes estadual e municipal em 2012, seguindo a política de inclusão.

O Ines recebe cerca de 500 alunos, do maternal até o terceiro ano do ensino médio. O Instituto Benjamin Constant tem mais de 300 alunos do primeiro ao nono ano do ensino fundamental.

A chefe de gabinete do Benjamin Constant, Maria da Glória Souza de Almeida, elogiou a iniciativa de Haddad.

- Nunca vi intransigência dar bons frutos, nem radicalismo edificar nada. Nossa missão é contribuir para a ascensão intelectual do deficiente visual e para sua inclusão na sociedade. Nossa justificativa para seguir com as aulas é pedagógica, não política.

De acordo com Glória de Almeida, as instituições especializadas não segregam e sim oferecem ensino de qualidade para cegos, surdos e outros alunos com necessidades especiais.

- É muito complicado tratar de crianças cegas numa sala inchada com 30, 40 alunos, em que um professor não sabe braile.

O braile é um método de leitura com o uso do tato inventado no século 19, em Paris - é muito usado por cegos. Já a linguagem brasileira de sinais, comum entre os surdos, é conhecida como sistema de libras.

Mãe de um jovem com deficiência auditiva, Maria Inês dos Santos disse que o filho estudava em escola pública e só aprendeu a ler e escrever depois que foi para uma escola especial.

- Os professores de escolas públicas não estão preparados para receber esse tipo de aluno. A grande maioria não sabe braile nem libras e não tem treinamento para lidar com essas crianças. Muitos deixam esses meninos num canto por achar que, sendo surdos ou cegos, eles não vão aprender nada mesmo, como já ouvi de um professor.

Maria Inês discorda que esse tipo de escola isole os alunos.

- Meu filho circula livremente entre os dois mundos, dos ouvintes e dos surdos. Hoje ele está com 26 anos, tem um ótimo emprego e se relaciona bem com todos. Defendo uma escola pública de qualidade para todos e também as especializadas. Uma coisa não exclui a outra.

A prefeitura do Rio de Janeiro iniciou a contratação de intérpretes de braile e de libras nas escolas para atender a esse público que, segundo a Secretaria Municipal de Educação, é de 4.508 alunos, incluídos em classes regulares – o município atende a quase 10 mil estudantes com necessidades especiais, ao todo.

No entanto, Maria Inês acredita que o próprio professor deveria saber as línguas em vez de contar com intérpretes.

- Na escola aqui perto de casa, por exemplo, há apenas um intérprete na parte da tarde para atender todas as turmas. Um aluno cego ou surdo que estude na parte da manhã não tem esse tipo de auxílio.

*Com informações da Agência Brasil

 





Fonte: Do R7

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