Apenas um médico ortopedista trabalhou nesta sexta-feira (1º) no Hospital Público de Rondonópolis, a cerca de 220 km de Cuiabá, no Mato Grosso. Os demais ou se demitiram ou não foram trabalhar porque estão em greve. Sobrou para os pacientes.
O único ortopedista de plantão desabafou ao resumir o drama dos pacientes e dos que procuram atendimento de urgência. “As pessoas pensam que médico não tem coração”, disse Leolino Araújo. “O caos está instalado. Parece que o governo não tem preocupação com o que está acontecendo. Há muito tempo a gente está lutando para evitar essa situação”, acrescentou.
Após o desabafo, o médico mostrou a situação de um paciente que sofreu um acidente: um mototaxista teve a perna esmagada e precisava de cirurgia, mas o ortopedista disse que não há médicos e nem estrutura no hospital. “Eles querem fazer saúde desse jeito. Chegamos ao extremo”, reclamou.
O mototaxista só conseguiu ser operado 6 horas e meia após o acidente, depois de intervenção do Ministério Público (MP).
Dos nove ortopedistas do hospital, só Leolino trabalhou. Em greve, os médicos reivindicam reajuste salarial e a contratação de mais profissionais.
Direção do hospital
A diretora do hospital, Rosana Zucatto, falou sobre o problema. “A secretaria entende que esse é o número necessário para atender a demanda. Mas a urgência não vai deixar de ser atendida”, afirmou.
Ministério Público
O MP informou que vai requisitar informações do Estado. “Acredito na solução porque o caso é gravíssimo. Rondonópolis não pode mandar seus casos de ortopedia para Cuiabá”, disse o promotor Ari Madeira.
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