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Cidades
Sábado - 02 de Abril de 2011 às 08:45
Por: Caroline Rodrigues

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Animais que estiverem em área de desmatamento ilegal serão doados para programa Fome Zero
Animais que estiverem em área de desmatamento ilegal serão doados para programa Fome Zero
Mais de 4,5 mil cabeças de gado foram apreendidas pelo Instituto Nacional de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) no 1º dia da operação "Disparada". Do total, 800 animais foram encontrados em uma fazenda em Sinop (500 km ao norte de Cuiabá). O proprietário foi multado em R$ 8,1 milhões e já tinha recebido uma notificação do órgão fiscalizador ano passado para retirada do rebanho do local, que foi embargado e deveria estar em recuperação. A equipe passará por cerca de 50 fazendas dentro da jurisdição da gerência de Sinop, que contempla 30 dos 141 municípios do Estado.

O superintendente do Ibama em Mato Grosso, Ramiro Martins-Costa, explica que o trabalho será gradual e nem todos os animais encontrados em área irregular serão retirados de imediato do proprietário porque não há condições de logística e nem legais.

A operação, conforme o superintendente, tem também a função de orientar. Os fazendeiros irregulares serão alvos de processos, no qual têm direito à ampla defesa. Durante o trâmite, o animal pode ser apreendido e ficar na fazenda, com o proprietário como fiel depositário. Após a conclusão, o Ibama toma as providências necessárias para destinação do gado, que pode ser encaminhado para o programa Fome Zero.

Quanto ao recolhimento, é preciso ser elaborada uma estratégia, que inclui a remoção e transporte até o frigorífico ou propriedade.

A operação não tem prazo para ser concluída e conta com apoio de fiscais de outros estados e também da Força Nacional. A fiscalização vai até as fazendas que usam de maneira irregular áreas de preservação permanente, terras da União e também reservas indígenas. Todos os espaços foram previamente fotografados pelo Ibama. O objetivo é reduzir as áreas de desmatamento porque, segundo Martins-Costa, o órgão percebeu que há tendência de ampliação da área desmatada no Estado este ano.

Punição - O superintendente explica que a intenção do Ibama não é recolher animais e sim pressionar os pecuaristas a legalizarem as áreas. Ele argumenta que as pessoas que pensam que vão conseguir com pressão política legalizar o que é ilegal, como acontecia antigamente, vão ficar frustradas. "Antes, o trabalho dos fiscais era baseado nas denúncias e hoje, temos planejamento".

Agora, o postura do governo é diferente e não apenas os órgãos fiscalizadores estão "de olho" na produção mato-grossense. Martins-Costa diz que o mercado internacional também deixa de certificar a carne, proveniente de ação ilegal. Além dos animais, veículos e demais instrumentos encontrados em áreas embargadas serão apreendidos na ação. As outras apreensões foram em Lábrea (AM), Novo Progresso, São Félix do Xingu e Redenção (PA).





Fonte: A Gazeta

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