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Internacional
Sábado - 02 de Abril de 2011 às 09:21

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Especialistas da companhia japonesa de energia Tepco - operadora da usina nuclear de Fukushima, danificada pelo terremoto seguido de tsunami que devastou o país no dia 11 de março -, confirmaram neste sábado (2) que vazou ao mar água com elevado nível de radioatividade procedente do reator 2 da central, segundo a emissora pública NHK.

O líquido vaza através de uma rachadura de cerca de 20 centímetros no muro de uma fossa próxima ao reator na qual há água contaminada com profundidade entre 10 e 20 centímetros. Após detectar a rachadura e a fim de conter o vazamento, os operários que trabalham em Fukushima se preparam para despejar cimento no local.

As fontes da Tepco indicaram que o nível de radioatividade alcançou índices altos no local. A operadora investiga se há outros vazamentos de água radioativa ao oceano Pacífico, depois que nos últimos dias foram detectados níveis de radioatividade muito superiores aos limites legais nas águas litorâneas próximas à usina nuclear de Fukushima.

As operações para conter o vazamento se somam aos esforços para drenar a água altamente radioativa em várias áreas das unidades 1, 2 e 3, o que dificulta as tarefas para restaurar o resfriamento dos reatores.

Caindo, mas ainda em alerta

A AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) informou nesta sexta-feira (1º) que a radiação encontrada no povoado de Iitate - a 40 km da usina de Fukushima - está caindo dia após dia. Mas, apesar disso, a situação no local ainda é muito séria.

O diretor-geral da agência, Yukiya Amano, afirmou que pode "levar mais tempo do que as pessoas pensam" para acabar com a crise e estabilizar a usina, que está vazando material radioativo desde que foi atingida pelo terremoto e o tsunami de 11 de março.

Na última quarta-feira (30), a mesma agência havia alertado que o nível de contaminação excedia o critério para isolar o local.

Cimento

Duas das três maiores bombas de concreto existentes no mudo chegam na próxima semana ao Japão para serem usadas na central nuclear de Fukushima, segundo a porta-voz da filial americana da empresa alemã Putzmeister, Kelly Blickle. A Putzmeister tem experiência em incidentes nucleares, tendo trabalhado no acidente de Chernobyl, em 1986, na Ucrânia.

As máquinas, montadas em caminhões e equipadas com um braço flexível capaz de se elevar a 70 metros para derramar água ou cimento nos reatores, serão enviadas num avião cargueiro Antonov. Esses braços equipados de bombas pesam 80 toneladas e são operados por controle remoto, a uma distância de 2 km.

Na usina de Fukushima (nordeste do Japão), uma bomba deste tipo já está em ação e o governo japonês espera outras a serem enviadas pela empresa alemã. Com isto, serão sete as máquinas em operação.

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