Major fala sobre prisão pelo Twitter (Foto: Reprodução)
O major do Corpo de Bombeiros Militar Carlos Burity foi preso neste domingo (03) em Maceió por determinação da Secretaria de Estado da Defesa Social. O bombeiro reclamou da falta de estrutura durante o combate ao incêndio que atingiu no sábado o Pavilhão do Artesanato, na praia de Pajuçara.
O bombeiro está recolhido no quartel do Comando Geral do Corpo de Bombeiros. A prisão administrativa está prevista para um período de três dias.
No sábado, enquanto o Corpo de Bombeiros trabalhava controlar o fogo que atingiu o Pavilhão do Artesanato, acabou a água do caminhão tanque e foi necessário esperar vários minutos, enquanto as chamas se alastravam, até que caminhões-pipa chegassem ao local.
Após controlar o incêndio, Buriti fez um desabafo e disse que a corporação precisa de investimentos. "Há 16 anos não tenho condições de trabalho. O capacete é meu", disse.
Segundo a assessoria da Defesa Social, o secretário Dário César orientou o recolhimento do oficial em caráter de prisão disciplinar por "descumprir regulamento interno" ao colocar assuntos da corporação em público, sem autorização.
Por meio do Twitter, o secretário postou uma mensagem neste domingo, defendendo a hieraquia militar: "As org militares são fundadas na hierarquia e disciplina através dos séculos. Qualquer tentativa de sua inobservância tem q ser reprimida!”, disse ele em seu microblog na internet.
Depois de receber a voz da prisão, foi o próprio oficial quem resolveu noticiar, também no Twitter, a sua prisão. "Decência, personalidade, capacidade! Repressão é termo usado na ditadura! Cumpro determinação e me encontro preso junto com meu filho no QCG", postou.
Na noite deste domingo, Burity continuava a postar mensagens no microblog, dizendo ter recebido diversas mensagens de apoio, inclusive de autoridades da PM. “Tá tudo sob controle! Tô bem! Fiquem tranquilos!”, escreveu.
Além da prisão administrativa, o bombeiro deverá responder a uma sindicância.
A prisão causou desconforto no Corpo de Bombeiros. “Nós só estamos obedecendo ordens”, disse o capitão Gilmar Seara, coordenador de operações. Segundo ele, muitos colegas do major questionaram a decisão.
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