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Internacional
Terça - 05 de Abril de 2011 às 09:36

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O governo japonês diz que 60 mil toneladas de água radioativa podem ter inundado os porões da usina de Fukushima, que foi gravemente atingida pelo terremoto e tsunami de 11 de março. De acordo com a agência de notícias japonesa Kyodo, o ministro da Indústria, Banri Kaieda, confirmou a informação e disse que a empresa irá remover o líquido que está atrapalhando o trabalho de recuperação da usina.

A grande quantidade é resultado da ação de trabalhadores que, após os tremores, despejaram água do mar freneticamente quando as hastes de combustível sofreram um derretimento parcial.

Na segunda-feira (4), a Tepco (Tokyo Electric Power Co), empresa responsável pela usina, foi forçada a começar a liberar 11,5 mil toneladas de água do mar com baixa radioatividade depois de esgotar sua capacidade de armazenamento de água mais contaminada. A liberação continuará até sexta-feira (8).

O ministro afirmou que a contaminação do mar causado pelo descarte da água não representa qualquer risco para a saúde.

A Agência de Segurança Nuclear e Industrial do Japão informou que as 60 mil toneladas de água – sendo 20 mil em cada prédio dos reatores 1,2 e 3 – serão armazenados em taques que servem para eliminação de resíduos nucleares.

Vazamento

Em desespero, engenheiros na usina de Fukushima adotaram paliativos para conter o vazamento de água contaminada que sai do reator 2. Nesta terça-feira (5) eles utilizaram "vidro líquido" na esperança de fechar rachaduras em um poço de concreto com fluxo.

Hidehiko Nishiyama, vice diretor-geral da Agência de Segurança Nuclear, falou hoje sobre as novas tentativas.

- Tentamos derramar serragem, papel de jornal e misturas de concreto na lateral do poço (que conduz aos túneis do lado de fora do reator 2), mas a mistura não parece estar penetrando as rachaduras. Tampouco sabemos ainda como a água altamente contaminada está vazando do reator 2.

Os trabalhadores lutam para religar as bombas de resfriamento - que reciclam a água - nos quatro reatores danificados pelo terremoto de magnitude 9,0 seguido por tsunami que atingiram o Japão no mês passado.

O problema é que, até que o reparo seja feito, eles precisam bombear água de fora para evitar superaquecimento e derretimento. O processo gera mais água contaminada, que precisa ser bombeada e armazenada em outro lugar ou liberada no mar.

Compensações

A operadora da usina danificada começou a oferecer "dinheiro de condolência" nesta terça-feira (5) às vítimas da pior crise nuclear desde Chernobyl, enquanto continua a despejar água radioativa no mar.

Iodo radioativo até 4.800 vezes acima do limite legal foi localizado no mar próximo da usina. Foi encontrado césio em níveis acima dos limites de segurança em peixes "kounago" nas águas da cidade de Ibaraki, ao sul de Fukushima, relatou a mídia local.

O iodo-131 na água da eclusa do reator 2 atingiu um pico 7,5 milhões de vezes acima do limite legal no dia 2 de abril, e caiu para 5 milhões na segunda-feira (4).

 

A Tepco deve ter de pagar uma conta gigantesca pelos danos causados pela usina, mas disse que primeiro precisa avaliar a extensão dos danos na unidade antes de começar o pagamento das compensações. Em entrevista coletiva, o vice-presidente-executivo da empresa, Takashi Fujomotohe, falou em pedir ajuda para arcar com os custos.

- Ainda estamos discutindo o quanto será pago por nós mesmos e quanto precisaremos de ajuda do governo.
 






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