Deborah Guerner é acusada de se beneficiar de esquema no DF e MP analisa seu caso
Promotora acusada no mensalão do DEM dá chilique em julgamento
Mostrando desequilíbrio com seus assessores e advogados, a promotora Deborah Guerner, acusada de envolvimento no mensalão do DEM protagonizou uma cena de descontrole durante seu julgamento nesta quarta-feira (6), no CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público).
Nervosa, ela foi retirada pelos advogados do plenário, mas do lado de fora, perto do banheiro, insistia para entrar.
- Eu quero ver se eles vão ter a coragem de acreditar em dois bandidos.
Questionada pelos jornalistas quem seriam, ela desconversou, e disse "aqueles que estão analisando".
Deborah é acusada de atuar junto ao ex-procurador-geral de Justiça do Distrito Federal Leonardo Bandarra de proteger o ex-governador José Roberto Arruda, que acabou cassado em decorrência das denúncias pelo esquema de pagamento e distribuição de propina no Distrito Federal.
A principal acusação contra Bandarra e Guerner é de que teriam exigido R$ 2 milhões para ocultar vídeo em que o ex-governador Arruda recebe um maço de dinheiro do delator do esquema, o ex-secretário Durval Barbosa.
No processo administrativo, caso condenados, a pena máxima é demissão, para ambos. Durante os dez meses de investigação, Deborah apresentou diversos atestados de doença mental para se licenciar do Ministério Público.
Acusações
Segundo o relatório do CNMP, Deborah teria ainda recebido de Bandarra informações sigilosas e privilegiadas de uma investigação do Ministério Público que apurava esquema de corrupção em contratos do governo distrital com empresas de informática. Em troca de dinheiro, ela teria repassado os dados ao principal suspeito de operar o esquema, Durval Barbosa.
Outra acusação contra Deborah é de ter pedido para Durval usar hackers para impedir a repercussão de uma nota crítica a Bandarra publicada no blog do jornalista Roberto Kuppê.
Já Bandarra é também acusado de pedir, em nome de Arruda, que um colega, o promotor Mauro Faria de Lima, abortasse denúncia contra o então comandante-geral da Polícia Militar do DF, Antônio Cerqueira.
O julgamento dos dois no CNPM começou pela manhã, com a leitura da acusação pelo relator do processo, Luiz Moreira. Ao longo do dia, os advogados de Deborah e Bandarra devem se manifestar. Depois, os 14 membros do Conselho devem votar contra ou a favor das punições previstas.
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