O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice oficial de inflação do país, ficou em 0,79% em março, leve recuo ante a taxa de fevereiro, de 0,80%, divulgou nesta quinta-feira (7) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatítica (IBGE).
“Os combustíveis, somando gasolina, etanol, GNV e diesel, foram responsáveis por 0,12 ponto percentual” , disse Eulina Nunes dos Santos, coordenadora da Coordenação de Índices de Preços do IBGE. De acordo com ela, somados, os combustíveis foram os responsáveis pelo maior percentual na composição do índice de março. O motivo é a alta do etanol, da gasolina e da pressão sobre os preços do petróleo, explicou.
A alta de 2,55% do etanol em fevereiro, passou para a de 10,78% em março, influenciando a variação do preço da gasolina, que foi de 0,50% para 1,97%. Juntos, os combustíveis totalizaram um aumento de 2,72% em março.
Com o resultado do IPCA de março, o acumulado em 2011 está em 2,44%, acima da taxa de 2,06% relativa a igual período de 2010. Nos últimos 12 meses, o índice está em 6,30%, acima do verificado nos 12 meses imediatamente anteriores, de 6,01%. Em março de 2010, o IPCA havia ficado em 0,52%.
"A taxa de março ficou praticamente igual a de fevereiro. Isso é uma diferença desprezível”, disse Eulina. “Os três primeiros meses do ano começam com taxa bem parecidas, levemente decrescentes.”
De acordo com Eulina, embora as taxas tenham sido parecidas, a formação dessas taxas foi bem distinta. As maiores diferenças de um mês para o outro se concentraram em alimentos e transportes, grupos que detêm a maior parte do orçamento das famílias, afirmou.
Alimentos voltam a subir
Os alimentos, que haviam iniciado o ano com alta de 1,16% em janeiro e reduzido para 0,23% em fevereiro, voltaram a subir de forma significativa, aumentando 0,75% em março.
O preço das carnes, contudo, continuou em queda (recuou de 2,81% em fevereiro para o de 1,42% em março), mas grande parte dos produtos alimentícios registraram aumento de preço de um mês para o outro. Exemplos são a batata inglesa (queda de 3,15% em fevereiro e alta de 12,40% em março), o ovo (alta de 0,66% em fevereiro para a de 5,08% em março), o feijão carioca (queda de 10,50% para alta de 1,71%), o açúcar cristal (alta de 0,96% para aumento de 1,48%), o leite pasteurizado (queda de 0,41% para alta de 0,73%) e da farinha de trigo (queda de 0,04% para elevação de 0,70%).
“Os hortifrutigranjeiros foram os principais responsáveis pela alta dos alimentos. Esses itens tiveram uma influência forte da chuvas no Rio, na Região Serrana. Em fevereiro esse preço recuou um pouco. E em março voltou a subir em decorrência das chuvas no Sudeste, no Sul e até um pouco no Nordeste”, disse a coordenadora.
O transporte, que também havia iniciado o ano com forte alta (1,55% em janeiro) e apresentou desacelerado em fevereiro (0,46%), voltou a subir 1,56% em março, a maior variação de grupo no mês, disse o IBGE. O destaque ficou com as passagens aéreas que, após a queda de 11,43% de fevereiro, tiveram aumento de 29,13% em março, influenciadas pelo carnaval e do reajuste médio de 6% na taxa de embarque, ocorrido no dia 14 de março. Outro destaque é a variação do preço dos combustíveis.
Juntos, alimentação e bebidas (0,75%) e transporte (1,56%) contribuíram com 0,47 ponto percentual para o resultado do mês (respectivamente 0,18 e 0,29 ponto percentual), explicando a maior parte (59%) do IPCA de março.
“Em geral, de fevereiro para março há uma queda no índice. Em fevereiro, são feitos os ajustes sazonais na escola, que influenciam o grupo educação, que sozinho, foi responsável pela metade da taxa em fevereiro”, disse Eulina. “Em março, os grupos alimentação e transportes, juntos, substituíram o grupo educação.”
INPC
Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acelerou em março e apresentou variação de 0,66%, acima do resultado de fevereiro, que foi de 0,54%.
O acumulado de 2011 está em 2,16%, abaixo da taxa de 2,31% relativa a igual período de 2010. Considerando os últimos 12 meses, o índice está em 6,31%, também abaixo dos 12 meses imediatamente anteriores, de 6,36%, disse o IBGE. Em março de 2010, o INPC havia ficado em 0,71%.
Os produtos alimentícios apresentaram variação de 0,72% em março, enquanto os não alimentícios aumentaram 0,63%. Em fevereiro, os resultados haviam sido de 0,00% e 0,78%, respectivamente.
Entre os índices regionais do INPC, o maior foi o de Fortaleza (1,45%), influenciado pelo grupo educação (5,55%), e o menor foi o de Salvador (0,27%) refletindo a queda de 0,02% dos combustíveis.
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