Durante 20 minutos, a Justiça de Santo André, no ABC, ouviu na manhã desta quinta-feira (7) seis testemunhas do processo sobre o assassinato de Eloá Cristina Pimentel, ocorrido em outubro de 2008, que foram arroladas pela defesa do réu acusado de matá-la. A informação é da assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo.
Os depoimentos servirão para decidir se Lindemberg Alves Fernandes, ex-namorado da vítima, irá ser submetido a júri popular pelo homicídio e outros crimes. O réu esteve presente, mas não foi ouvido porque ainda é preciso ouvir mais uma testemunha da defesa.
Lindemberg também é acusado de tentatar matar a amiga da vítima, Nayara Rodrigues da Silva, e um policial militar. Além disso, responde pelo sequestro das duas garotas e de mais dois colegas de escola delas no apartamento da vítima, em Santo André.
A audiência ocorreu no fórum da cidade do ABC. As testemunhas são amigas do réu. Elas confirmaram ao juiz José Carlos de França Carvalho Neto que conhecem Lindemberg e reiteraram o que haviam dito anteriormente, em outra audiência. Os depoimentos começaram por volta das 10h10 desta quinta, segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo. A entrada da imprensa no fórum não foi permitida.
Como um outra testemunha de defesa faltou ao depoimento no dia 16 de março, Lindemberg não poderá ser interrogado nesta quarta, segundo um de seus advogados, Edson Belo. "Pela lei, o réu só poderá ser ouvido após todas as testemunhas da acusação e da defesa falarem", disse o defensor do acusado, que dispensou a oitiva de outras cinco testemunhas.
Em março, foram ouvidas as testemunhas da acusação. Pela defesa, não foi ouvido ainda o tenente Paulo Sérgio Schiavo, um dos oficiais que comandaram a invasão do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) da PM. Ele devia ter sido ouvido em 16 de março, por carta precatória, no Fóum de Santanta, na Zona Norte de São Paulo. Mas como ele estava de férias, não compareceu e terá de ser ouvido agora em 13 de abril no mesmo local, por volta das 14h. Após esse depoimento, o juiz irá marcar uma data para ouvir Lindemberg.
O caso
Eloá morreu após um sequestro de mais de cem horas no apartamento em que vivia com a família em Santo André, no ABC, em 17 de outubro de 2008. Em março deste ano, a Justiça começou a ouvir testemunhas, entre elas a estudante Nayara Rodrigues, que era amiga de Eloá e também foi feita refém por Lindemberg.
A jovem falou durante uma hora e 25 minutos sem a presença de Lindemberg. Ela pediu para que ele saísse da sala. A adolescente descreveu como foram os dias em que ela e a amiga foram mantidas reféns ex-namorado da vítima.
Júri popular
Numa audiência anterior, em janeiro de 2009, a Justiça paulista tinha determinado que Lindemberg fosse submetido a júri popular. O julgamento dele chegou a ser marcado para 21 de fevereiro deste ano, mas foi cancelado em novembro do ano passado. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou todo o trabalho feito pela Justiça paulista após recurso impetrado pela defesa do réu. O STJ considerou haver falhas de procedimento na audiência que antecedeu a decisão de levá-lo ao julgamento. Segundo o órgão, as falhas acabaram comprometendo a defesa de Lindemberg.
Por este motivo, o processo a que ele responde voltou à estaca zero e está sendo refeito. Além das testemunhas, o juiz de Santo André precisará ouvir novamente os advogados das partes, o Ministério Público e o réu. Depois disso, o juiz irá decidir se o processo será arquivado ou se Lindemberg será submetido a júri popular.
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