A campanha une 50 entidades das áreas governamental, da academia e de movimentos sociais - MST incluído - na busca de conscientização da sociedade para o risco que corre a população e o meio ambiente expostos aos venenos agrícolas.
Stédile acredita que a campanha, que dá agora seu pontapé inicial, tem condições de se consolidar e crescer porque "a luz amarela" acendeu depois que o Brasil foi apontado como o campeão mundial do consumo de veneno agrícola em 2009. "É uma questão de saúde pública", observou, ao destacar que as conquistas devem ser alcançadas passo a passo, com um período de transição.
Dois documentários - de 26 minutos cada um - estão sendo realizados pelo cineasta Silvio Tendler visando a expor a realidade vivida hoje no País e casos de doenças provocadas por contaminação de agrotóxicos; cartilhas agrícolas serão confeccionadas e distribuídas para agricultores; e material didático será entregue a professores para discussão em sala de aula.
Estas ações, segundo o líder do MST, fazem parte da estratégia da campanha, que também quer compromissos de governos estaduais e federal, a exemplo da proibição da pulverização de veneno em plantações - evitando a contaminação do ar e da água, além do solo - e a obrigatoriedade de informar ao consumidor, nas gôndolas de supermercados, sobre os agrotóxicos utilizados no cultivo das frutas e verduras comercializados.
O importante, de acordo com Stédile, é levar a população, consciente dos riscos do uso indiscriminado dos agrotóxicos, a fiscalizar, denunciar e pressionar os órgãos públicos. O sem-terra fez palestra sobre o tema, na sede do Sindicato dos Servidores Públicos Federais de Pernambuco, no Recife, quando defendeu a agricultura familiar e agroecológica e condenou o agronegócio.
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