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Educação
Quinta - 07 de Abril de 2011 às 20:35
Por: PATRÍCIA NEVES

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O estímulo ao imaginário, as brincadeiras de criança, os contos de fadas, as cores, as formas geométricas são alguns dos instrumentos usados no processo de ensino aprendizagem por meio das salas de Recursos e Multifuncionais instaladas em Mato Grosso. As Salas foram criadas e adaptada às necessidades especiais de alunos cegos, surdos, com limitações intelectuais ou físicas e possibilitam ao professor identificar e executar formas alternativas de promover o aprendizado.

No Centro de Educação de Jovens e Adultos (Ceja) Almira Amorim, instalado no bairro CPA II, em Cuiabá, são atendidos 51 alunos especiais e todos participam durante duas horas por dia das atividades propostas. No total, a unidade atende a 1,4 mil estudante em 23 salas de aula.

Equipadas com conjuntos de materiais didáticos pedagógicos, computadores especialmente preparados, televisão, DVDs, as salas de Recursos ou Multifuncionais visam diminuir as barreiras existentes.

Cada turma atendida é composta por oito alunos que são estimulados a trabalhar as áreas de Linguagem e Exatas, por profissionais da educação especialmente capacitados para o desenvolvimento das ações.

“Nosso objetivo maior é o de fazer com que dêem seguimento aos estudos e que consigam uma colocação no mercado de trabalho”, explica a coordenadora pedagógica Márcia Cruz. Ela ainda complementa “aqui não temos alunos especiais e, sim, estudantes com algumas barreiras, assim como eu, você, enfim, todos”.

Após o trabalho na Sala de Recursos os alunos assistem as aulas regulares. “Trabalha-se então o resgate do conteúdo. Nossa avaliação é diária e nos reunimos uma vez na semana para estudar cada caso, o desenvolvimento do aluno. Se ele apresenta crescimento ou se há necessidade de uma intervenção pedagógica. Sabemos que estamos seguindo a proposta adequada considerando a evolução de cada um. Nós temos um número ínfimo de desistência”, conta.

Professora da Sala de Recursos, Laudelina Maria de Amorim (que atua há 3 anos no Centro de Educação de Jovens e Adultos Almira Amorim), conta que é extremamente gratificante perceber a evolução de cada um dos estudantes. “É uma experiência mais do que enriquecedora. A aprendizagem, de todos, é processo contínuo”. Para buscar capacitação e melhorar o atendimento educacional, a professora tem participado das formações programadas pelo Centro de Apoio e Suporte à Inclusão Especial (Casies), da Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc). “Já fiz o curso sobre transtornos de aprendizado e também de inclusão e sexualidade”. Para ela, as capacitações possibilitam não somente o crescimento profissional, mas o pessoal também.

O deficiente visual Rosiney dos Santos Dias de Arruda, 35 anos, frequenta a Educação de Jovens e Adultos desde 2010. Na Sala de Recursos utilizando o reglete, completa suas atividades e conteúdos. “Gosto desse ambiente, apesar das dificuldades que uma pessoa da minha idade possui para aprender. Já sou mais velho, parece que as coisas são mais complicadas, mas não pretendo desistir. Os ganhos que tive foram muitos”. Rosiney só passou a frequentar os bancos de escola há cerca de cinco anos, por intermédio de sua namorada (hoje esposa). Rosiney é morador do Jardim Industriário II, no Coxipó, e percorre mais de dez quilômetros (sozinho e usando transporte público) para chegar à unidade. “Todo esforço vale a pena, antes eu não conseguia, sequer, andar sozinho pela casa e hoje a situação é bem diferente”, finaliza. 






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