Tragédia no 1º Festival Cuiabano de Arrancadas completa 5 anos e acusados não foram ouvidos
Processo anda lentamente
O inquérito policial, concluído em 25 de março de 2008, se transformou em um processo que não avançou na fase judicial e corre pela 10ª Vara Criminal da Capital. O Ministério Público se pronunciou sobre o caso oferecendo a denúncia no dia 23 de julho de 2009, mais de 1 ano após a conclusão do inquérito policial. Desclassificou de homicídio doloso (com intenção de matar) para homicídio culposo (sem intenção de matar), com pena que varia de 2 a 4 anos ou prestação de serviço à comunidade. O crime prescreve em 8 anos da data do fato.
Além do piloto, o organizador do evento, Sandro De Martino, também foi denunciado. A mãe de Fagner, Elisabete Pienaro, ressalta que Marco morreu no dia em que completava 25 anos e que até agora ela não conseguiu ver os culpados punidos criminalmente. Desde a morte do filho, tem peregrinado por Justiça. Começou com a cobrança pelos laudos da perícia técnica, que só foram concluídos cerca de 8 meses após o acidente, depois que passou a ir diariamente até a Politec. Agora prevê que terá que fazer o mesmo junto ao Fórum da Capital. "Infelizmente é a realidade brasileira, onde os crimes de trânsito acabam sem punição".
Segundo informações da 10º Vara, em fevereiro foi expedida uma carta precatória para que o piloto, que mora em Primavera do Leste (231 km ao sul de Cuiabá), seja localizado e arrole as testemunhas. Caso não o faça, um defensor público será designado e o processo terá andamento.
Enquanto isso, na esfera cível, uma ação no Juizado Cível de Cuiabá foi finalizada com sentença no dia 27 de julho de 2008. Foram responsabilizados Luís Romagnoli, que pagou indenização de R$ 70 mil, a Federação Mato-grossense de Automobilismo R$ 5 mil e o organizador do evento, Sandro De Martino, pagou R$ 10 mil a título de danos morais e materiais à família. Na época, todos foram localizados e compareceram à audiência e concordaram com os valores arbitrados.
O arrancadão foi realizado nas ruas do Distrito Industrial e não havia fiscais para impedir que pilotos realizassem o aquecimento em local inadequado. Não havia ambulâncias quando Fagner morreu e outras 3 pessoas sofreram ferimentos. O estudante não participava da prova, mas trocava o pneu do veículo de um amigo no acostamento.
Comentários