Em 2006 haviam 10 estabelecimentos funcionando, mas atualmente motoristas não têm onde instalar o kit de gás
Nenhuma empresa de MT está credenciada
Duas empresas que ainda poderiam voltar a oferecer o serviço (uma em Cuiabá e outra em Várzea Grande), apenas uma deu entrada nos documentos junto ao Inmetro para funcionamento, porém os custos são elevados. O proprietário da Dé Auto Center, na Capital, Denilson Fraga, explica que espera desde o fim do ano passado a homologação da licença, no entanto, ele diz que o procedimento é burocrático e caro. "Temos que juntar vários documentos. As taxas pagas ao Inmetro, Corpo de Bombeiros e prefeitura custam cerca de R$ 2 mil". A licença tem validade de 18 meses.
A proprietária de uma outra oficina, em Várzea Grande, Audaíra de Camargo Silva, afirma que investiu cerca de R$ 200 mil em equipamentos e kits de gás em 2005. "Na época a promessa era que o gás chegaria em junho de 2005, então abri a empresa em maio. Mas o produto só foi disponibilizado em dezembro. Registrei prejuízos desde o início e até agora tenho dívidas", afirma ao comentar que a licença do Inmetro expirou em janeiro do ano passado e até agora não pediu a renovação por descrença no abastecimento. Na avaliação dela o governo deveria oferecer incentivos aos empresários e motoristas.
A crise do gás natural em Mato Grosso começou em 2007, quando a Bolívia suspendeu o envio do produto à Termelétrica de Cuiabá. Em 2010 o governo estadual conseguiu um acordo junto à Bolívia, para fornecimento do GNV com validade até 2020. Apesar do compromisso, desde o dia 1º de abril os postos estão desabastecidos. O presidente da Companhia Mato-grossense de Gás (MT Gás), Helny de Paula e o presidente da Empresa Pantanal Energia (EPE), Fábio Garcia estão na Bolívia tratando da retomada do envio do produto. O contrato de transporte do gás em solo boliviano teve fim. A renovação já foi assinada pela Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) e aguarda homologação por parte da Agência de Hidrocarbonetos da Bolívia. Tanto Helny, quanto Nadaf e Garcia foram procurados por telefone mas os aparelhos estavam desligados ou não foram atendidos.
"Ninguém que faz um investimento elevado quer ficar sem retorno. Essa situação está difícil, há muita instabilidade", comenta o engenheiro responsável da GNC Brasil, Francisco Jamal. A empresa é quem faz a compressão do gás no City Gate e a distribuição aos 8 postos que operam no Estado.
Com a falta do produto em Mato Grosso, quem estava acostumado a abastecer com gás levou um susto ao ter que consumir outro produto. O vice-presidente do Sindicato dos Taxistas de Cuiabá, Adailton Lutz, afirma que quem gastava entre R$ 20 com gás por dia está tendo uma despesa de R$ 50. "Os combustíveis estão muito caros", comenta ao afirmar que cerca de 12% da frota da Capital (de 604 veículos) contêm kit gás ou vieram de fábrica com a opção.
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