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Cidades
Domingo - 10 de Abril de 2011 às 10:11
Por: Roberta Pennafort

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Homenagem às vítimas do massacre na Escola Tasso da Silveira
Homenagem às vítimas do massacre na Escola Tasso da Silveira
Além de receber apoio psicológico das assistentes sociais disponibilizadas pela prefeitura, as famílias que perderam suas crianças estão recebendo ajuda também financeira: muitas são tão pobres que não puderam sequer custear os enterros. Às doze foi oferecido o sepultamento por conta do município; sete aceitaram a oferta, cinco dispensaram. Entre as mais carentes, está a de Igor Moraes da Silva, de 13 anos, cuja mãe, Inês Moraes, é catadora de papel. Inês ficou inconsolável depois de reconhecer o corpo do filho no Instituto Médico-Legal (IML), e não deu entrevista.

Chorando muito, o militar reformado Raimundo Nazaré Freitas da Silva, pai de Ana Carolina Pacheco da Silva, de 13 anos, deixou o IML, onde acabara de liberar o corpo da filha para a cremação (que será neste sábado, 09, às 8 horas), pedindo mais segurança nas escolas.

"Tem de ter detector de metal na porta, como nas repartições públicas. Perdi minha princesinha, ela gostava muito de ir para escola. Eu dava duro nela, para que fosse alguém na vida quando crescesse. Agora fica difícil. Como vai ser no aniversário dela, no Natal? Cada palavra de alento é como se fosse uma punhalada. Não quero que pai nenhum passe pela dor que estou sentindo", disse o militar.

Silva, que tem outros quatro filhos, chamou a atenção para a necessidade de se estar atento a sinais de transtornos nos jovens, a fim de evitar que crianças problemáticas cresçam sem limites, e se transformem em novos Wellingtons. "Esse rapaz perdeu o pai e a mãe, que era esquizofrênica. Se você identifica isso, podemos evitar isso aí. Perdi minha filha, que era linda, linda".

Porte de armas -

Um dia depois do massacre no Rio de Janeiro, o presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara, deputado Mendonça Prado (DEM-SE), anunciou a suspensão da votação de todos os projetos de lei que preveem a ampliação do porte de armas. Atualmente, existem 11 propostas em tramitação na Comissão de Segurança que permitem o uso de armas de fogo por categorias, hoje, proibidas pelo Estatuto do Desarmamento.

"Todos os projetos que ampliam o porte de arma terão sua análise suspensa. A partir da semana que vem, vou realizar seminários e chamar especialistas para discutir a questão. Se há dúvida, o melhor é suspender todo o processo", disse Mendonça Prado (DEM-SE). As propostas de ampliação da concessão de porte de arma atingem várias categorias: desde agentes de trânsito, auditores fiscais do Ministério do Trabalho, pesquisadores, defensores públicos até agentes penitenciários.

"Existem propostas de todas as formas. Nem todas serão apreciadas com a mesma seriedade", observou Mendonça Prado. Apesar de beneficiar várias categorias, a maioria dos projetos que amplia o porte de armas favorece os guardas municipais. Hoje, nas cidades com menos de 50 mil habitantes, os guardas municipais não podem usar armas de fogo. Já nos municípios com população entre 50 mil e 500 mil habitantes, os guardas municipais só portam a arma de fogo durante o serviço.

O porte de arma para guardas municipais em serviço e fora do serviço é permitido somente nas cidades com mais de 500 mil habitantes. Existem pelo menos seis propostas em tramitação na Câmara que permitem o uso de arma de fogo pelos guardas municipais de todas as cidades, tanto em serviço como em casa.

Levantamento da Mesa da Câmara aponta a existência de 54 projetos de lei em tramitação na Casa que tratam do porte de arma. Todos eles alteram o Estatuto do Desarmamento, instituído pela Lei 10.826 de 2003, que restringiu o porte de arma no Brasil. O Estatuto determinou ainda prazo para o recadastramento de armas lícitas no País.






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